A LÍRICA DO MORIBUNDO: MANUEL BANDEIRA-POESIA DE VIDA E MORTE
Manuel Bandeira; Poesia; Morte; Vida.
O presente trabalho tem como proposta geral analisar a poesia do poeta Manuel Bandeira (1886-1968), do período modernista brasileiro (iniciado em 1922, no Brasil, cujo marco foi a Semana de Arte Moderna). Conhecido por seus poemas possuidores de um caráter bastante autobiográfico, principalmente no que tange à temática da morte, oferece-nos, sobretudo, uma poesia de vida, que trata dos aspectos cotidianos com certa acuidade e, ao mesmo tempo, com tanta delicadeza e simplicidade. Este trabalho procura expor o traço da morte na poesia bandeiriana, assim como ressaltar aspectos de sua vida e também de uma poesia inundada pela essência de um moribundo, por meio do livro Estrela da vida inteira (2007), a coletânea extensiva do poeta, que reuniu toda a sua obra lírica. Dele extraímos nossos subsídios através da seleção de alguns dos poemas. Estudamos a representação da morte na sociedade ocidental, fazendo uma comparação de como se figurava esse tema desde a Idade Média até a contemporaneidade, utilizando conceitos e explanações de Philippe Ariès (1914-1984) em História da morte no Ocidente (2012). Analisamos os sentimentos do homem, do poeta, do eu lírico, e da poesia inundada de existência do “Flag”, como o chamava carinhosamente o amigo Mário de Andrade.