Matizes da Cultura de Massa na Obra de Caio Fernando Abreu
Caio Fernando Abreu, Pop Art, Cultura de Massa, contemporaneidade.
O escritor gaúcho Caio Fernando Abreu foi fortemente influenciado por um período de mudanças de valores e perspectivas. Ao ingressar no cenário literário brasileiro com uma escrita livre tanto em forma como no conteúdo, ele emprega em sua obra toda a angústia da busca de novos valores e sentidos na modernidade e incorpora o espírito de uma geração que, apesar do anseio pela liberdade, ainda vivia sufocada pela ditadura militar. Sua narrativa também revela um autor com extrema habilidade de transitar entre o erudito e o popular. Em seus contos e crônicas, ele emprega uma linguagem performática intercalada por referências que transformam seu texto em uma espécie de iconografia da Pop Art. Assim como os quadros da Pop Art, repletos de imagens da Coca-Cola, cigarro, pasta de dente ou latas de conserva, o discurso literário em Caio é pincelado por várias referências simbólicas ao consumismo moderno, bem como ao cinema, à música e ao culto das stars. Este traço do escritor exerce uma grande força atrativa sobre o leitor contemporâneo. Em nosso trabalho, buscamos analisar este recurso na obra de Caio sob a ótica dos estudos culturais, vislumbrando desta maneira, uma análise das diversas formas de expressão da cultura de massa em Caio, reconhecendo estas referências enquanto recurso estilístico de seus textos e ressaltando suas relevâncias no estudo da obra do autor. Para tanto, nos apoiamos basicamente nas reflexões críticas dos teóricos: Lipovetsky (1996) e Adorno (2011), que discutem cultura e formação social na modernidade.