PERFIS DE USUÁRIOS E USUÁRIAS DO AMBULATÓRIO TRANSEXUAL E TRAVESTI DE NATAL/RN
Saúde, identidade de gênero, orientação sexual.
Introdução: A população LGBTQIAPN+ é considerada como um público em vulnerabilidade em todos os contextos sociais e quando trata-se do segmento transgênero, as discrepâncias sociais ainda atingem o índice maior. No âmbito da saúde é considerada uma das populações mais vulnerabilizadas e a estimativa de vida é em torno de 35 anos. A ausência de dados oficiais com identidade de gênero e orientação sexual inviabiliza a implementação de políticas públicas. Objetivo: Conhecer os perfis dos usuários e usuárias do Ambulatório Transexual e Travesti do município de Natal/RN (Ambulatório TT). Métodos: Foram conduzidas por duas etapas de análise 1) Um estudo transversal, descritivo com abordagem quantitativa para conhecer o perfil das pessoas trans do Ambulatório Transexual e Travesti de Natal/RN com a coleta de dados secundários dos registros do instrumento do acolhimento do referido serviço, possibilitaram a análise por meio de contagem simples e apresentadas por tabelas. 2) Um estudo descritivo com abordagem quantitativa, realizado por meio de coletas de dados secundários das fichas de acolhimento do Ambulatório TT de Natal/RN para caracterizar as condições da saúde mental com pensamentos, tentativas de suicidio, autolesão e identificar os tipos de violência das pessoas que acessam o Ambulatório TT. Resultados: 1) Foram analisados N=290 instrumentos de acolhimento do Ambulatório Transexual e Travesti de Natal/RN das quais 281 atenderam aos critérios de elegibilidade. Identificou-se que o acesso do serviço com a maior prevalência são homens trans (46,98%) e mulheres trans (41,64%), em seguida de pessoas não binárias(6,41%) e travestis (3,91%). E com a variável de orientação sexual, com uma parcela significativa por usuários ou usuárias que se declararam heterosexual (44,13%), bissexual (14,59), pansexual (11,39%), seguidos de homoafetivo (3,91%), enquanto as lésbicas e assexuais (0,71%). A mediana da faixa etária é de 23 anos. 2) Dos usuários e usuárias cerca de (48%) relataram não terem feito acompanhamento psicológico, enquanto (32%) afirmaram ter feito. A maioria dos casos de violência transfóbica foi relatada por pessoas pretas ou pardas, representando aproximadamente (62,89%) dos casos. Uma parcela significativa dos usuários e usuárias aproximadamente (63%) relatou ter tido pensamentos suicidas, enquanto cerca de (42%) admitiram ter tentado suicídio. Além disso, aproximadamente (38%) relataram praticar autolesão.Considerações finais: Aorientação sexual e identidade de gênero são reconhecidas pelo Ministério da Saúde, como determinantes e condicionantes da situação de saúde, a ausência de dados inviabiliza o financiamento das ações para a garantia dos direitos básicos a esse público, estigma e exclusão social podem ser geradoras de sofrimento e limitadoras do acesso da população TT aos cuidados de saúde.