SÍNDROME DE BURNOUT: UMA ANÁLISE EM TRABALHADORES QUE ATUAM NA GESTÃO EM SAÚDE DURANTE A PANDEMIA DE COVID-19
Esgotamento Psicológico. COVID-19. Saúde Mental. Saúde do Trabalhador. Gestão.
Introdução: Burnout é uma Síndrome psicológica relacionada ao trabalho. Durante a pandemia de Covid-19 foi observado seu incremento em diversos espaços laborais. Objetivo: Investigar o uso da escala de Maslach Burnout Inventory e a existência de Síndrome de Burnout em gestores de saúde, na perspectiva de compreender a influência do trabalho na saúde mental desses profissionais durante a pandemia de COVID-19. Método: Estudo quantitativo e qualitativo desenvolvido em cinco etapas: 1) Revisão Integrativa, realizada para compreender os efeitos e consequências das condições de trabalho durante a pandemia da COVID-19 na saúde mental dos profissionais de saúde, ressaltando os fatores que podem estar associados ao desenvolvimento da Síndrome de Burnout. Utilizou-se o IRaMuTeQ e por meio da Classificação Hierárquica Descendente obteve-se um dendrograma com 6 classes. 2) Protocolo de Revisão de Escopo e 3) Revisão de Escopo. Por meio do protocolo e da revisão foi possível identificar e mapear estudos que utilizaram o Maslach Burnout Inventory para avaliar a Síndrome de Burnout em profissionais de saúde que atuam em serviços públicos de saúde. Desenvolvido segundo os critérios do JBI Institute Reviewer’s Manual e guiado pelo PRISMA-ScR. 4) Estudo observacional, transversal, quantitativo, desenvolvido para investigar a prevalência da Síndrome de Burnout e fatores associados em gestores de saúde pública durante a pandemia de COVID-19. Utilizou-se um questionário sociodemográfico/ocupacional e Maslach Burnout Inventory. Análise realizada por meio de estatística descritiva com apresentação de frequência simples e absoluta. Estatística bivariada foi realizada com teste Qui-quadrado de Pearson. Dados em texto foram analisados e expressos visualmente por nuvens de palavras. 5) Estudo descritivo, qualitativo, para identificar percepções dos profissionais gestores em saúde quanto à repercussão do seu cargo em sua saúde mental e estratégias utilizadas para lidar com as adversidades do trabalho. Realizou-se entrevistas de forma remota. Utilizou-se o IRaMuTeQ e por meio da Classificação Hierárquica Descendente obteve-se um dendrograma com 6 classes. Resultados: Primeiro estudo evidenciou experiência profissional, condições de trabalho, situação financeira, relação entre trabalho e família, medo de contaminação e transmissão da doença como fatores associados ao Burnout. O protocolo guiou a revisão de escopo, foram selecionados 55 estudos, publicados entre 1999 e 2021 em 32 países, desenvolvidos majoritariamente no Brasil, com médicos, identificadas 22 versões do Maslach Burnout Inventory com diferentes itens, likerts e pontos de corte. Os estudos incluídos tinham recomendações e implicações para a prática clínica. Quarto estudo mostrou prevalência de Burnout de 12,6%. Não possuir filhos, ser parcialmente qualificado para o cargo, não se sentir valorizado no trabalho, se apresentaram como fatores associados a Síndrome. Quinto estudo evidenciou insuficiência de recursos humanos, ambiente de trabalho inadequado e excesso de demandas, como fatores estressantes. Como estratégias para lidar com adversidades: gestão participativa, ouvir pessoas, reuniões e acesso aos Serviços de Assistência à Saúde do Trabalhador. Conclusão: Estudos evidenciaram maior prevalência de Burnout em gestores, quando comparada ao período pré-pandêmico, fatores associados e estratégias utilizadas para lidar com as adversidades no trabalho. Os resultados poderão contribuir para elaboração de estratégias de promoção e proteção da saúde mental desses profissionais.