Avaliação do estado nutricional, desenvolvimento e validação de equações para a estimativa de peso e estatura em idosos institucionalizados
Estudos transversais; Estudos de validação; Saúde do idoso; Estado nutricional; Avaliação nutricional; Antropometria.
Os déficits nutricionais apresentam relação com a síndrome da fragilidade, multimorbidade e estão associados à mortalidade em idosos residentes de Instituições de Longa Permanência para Idosos (ILPI). A fim de identificar precocemente o risco de déficits, podem ser utilizados métodos antropométricos baseados em peso, estatura, perímetros e dobras cutâneas. Quando não é possível medir peso e estatura, podem ser empregados métodos de estimativa. O presente trabalho teve o objetivo de avaliar o estado nutricional antropométrico, desenvolver e validar equações para estimativa de peso e estatura em idosos institucionalizados. O estudo foi conduzido com idosos residentes em ILPI de Natal/RN. Os dados antropométricos coletados foram peso, estatura, perímetros e dobras cutâneas. Para a análise do Estado Nutricional Antropométrico foi realizada Análise de Componentes Principais estratificada por sexo e avaliados os escores fatoriais dos componentes extraídos em relação à faixa etária, tipo de ILPI, cor da pele, escolaridade, carga de adoecimento e capacidade funcional do idoso. Em relação às equações de estimativa de peso e estatura, foram elaborados métodos a partir de regressão linear múltipla. Os modelos de regressão desenvolvidos levaram em consideração critérios estatísticos de confiabilidade, como o coeficiente de determinação (R²), o erro padrão de estimativa e o Critério de Informação de Akaike (AIC). As equações de predição foram validadas por testes de concordância como o Coeficiente de Correlação Intraclasse (CCI) e seu respectivo intervalo de confiança (IC a 95%). Para todas as análises foram considerados estatisticamente significativos valores p <0,05. Em relação à análise de componentes principais, os componentes extraídos foram denominados de “Estado Nutricional Antropométrico (ENA)” e “Estatura (E)”. Verificou-se que os idosos residentes em ILPI sem fins lucrativos (ENA masculino = -0,855; ENA feminino = -0,952; E masculino = -0,919; E feminino = -0,711), de cor não branca (ENA masculino = -0,866; ENA feminino = -0,816; E masculino = -0,783; E feminino = -0,700), com baixa escolaridade (ENA masculino = -0,973; ENA feminino = -0,931; E masculino = -0,846; E feminino = -0,692) e com restrição de mobilidade (ENA masculino = -0,855; ENA feminino = -1,076) foram o que apresentaram menor escore na avaliação pelos indicadores conjuntos. Em relação ao desenvolvimento de equações estimativas de peso, foram desenvolvidos modelos de equações preditivas discriminadas pelo perímetro do braço, outro modelo ajustado aos critérios estatísticos, além de um terceiro modelo de equações com medidas de fácil obtenção em idosos acamados ou cadeirantes. O modelo mais adequado utiliza-se de perímetro da panturrilha, altura do joelho, perímetro da cintura, dobra cutânea subescapular, idade e sexo (CCI = 0,876). Em relação ao desenvolvimento das equações de estimativa de estatura, foram desenvolvidos modelos com as medidas de altura do joelho, hemi-envergadura, demi-envergadura ou comprimento da ulna. O modelo mais ajustado utiliza-se de altura do joelho, idade e sexo (CCI = 0,863). Foram extraídos os componentes “Estado Nutricional” e “Estatura”, os quais tiveram relação com, especialmente, a restrição de mobilidade. O desenvolvimento de métodos de estimativa de peso e estatura seguiu critérios estatísticos e de conveniência da coleta das variáveis componentes dos modelos.