Multimorbidade, Saúde do Trabalhador, Absenteísmo/Presenteismo, Acidente de trabalho
A rápida transição no perfil demográfico e epidemiológico tem registrado o aumento dalongevidade, do adoecimento crônico e a precocidade da incapacidade, tornando o sistema desaúde menos preparado para atender a demanda crescente de pessoas com doenças crônicasnão-transmissíveis, especialmente aquelas com duas ou mais, conhecido por multimorbidade.Este estudo objetiva estimar a prevalência de multimorbidade na população brasileira (≥18anos) e conhecer seus fatores associados, considerando os dados da Pesquisa Nacional deSaúde (PNS), 2013. A princípio, foi realizada uma revisão sistemática de literatura baseada noprotocolo PRISMA, com o intuito de identificar o impacto da multimorbidade na saúde dotrabalhador. Após a revisão, foi desenvolvido um estudo transversal a partir dos dados daPNS, 2013, com 60.202 pessoas acima de 18 anos. Foram utilizadas questões do inquérito querespondiam se o indivíduo já havia recebido o diagnóstico de alguma das doenças crônicasincluídas no estudo. Realizamos análise das prevalências da multimorbidade em relação àscaracterísticas socioeconômicas, estilo de vida e do trabalho; análise bivariada com obtençãoda razão de prevalência (RP), intervalos de confiança a um nível de 95% (IC 95%); e modelomultivariado por meio da Regressão de Poisson, com teste de Wald para estimação robusta,para variáveis significativas na análise. A prevalência de multimorbidade foi de 19,98%(IC95%: 19,29% - 20,70%) e esteve associada ao sexo feminino, à faixa etária de 60+,conviver com o cônjuge, ingerir bebida alcóolica moderadamente, ser ex-fumante, seranalfabeto, morar na zona urbana, ter plano de saúde, realizar trabalho noturno e já ter sofridoalgum acidente de trabalho. Estimou-se uma baixa prevalência de multimorbidade napopulação economicamente ativa brasileira e, esteve associada a características laborais,socioeconômicas e de estilo de vida.