Introdução: 

Quando a medula espinhal é danificada devido a um trauma, uma doença ou uma anomalia congênita há alterações na sensibilidade e na função motora. Estas, por sua vez, dependem da extensão e da localização da lesão. A estimulação transcraniana por corrente contínua (ETCC), uma técnica de neuromodulação, tem sido utilizada a fim de melhorar a função motora. Porém, estudos sobre sua influência no exercício em pessoas com deficiência física são escassos. 

 

Objetivo: 

Analisar se a ETCC altera a atividade elétrica muscular e a tolerância ao exercício em indivíduos com lesão medular.

 

Métodos: 

Estudo randomizado com nove indivíduos (30,7 ± 5,6 anos e 59,3 ± 14,4 Kg), sendo cinco sedentários e quatro ativos, com lesão medular crônica (13,2 ± 10,9 anos) e destros (Inventário de dominância lateral de Edimburgo). Os indivíduos realizaram uma sessão de familiarização e três sessões experimentais, das quais a primeira foi a condição controle e as demais, de forma randomizada, a condição placebo (sham) ou ativa (anódica) prévias ao teste incremental máximo realizado no ergômetro de braço. A ETCC foi aplicada sobre o córtex motor primário (M1) de forma bilateral durante 13 minutos a 2mA de intensidade da corrente. Durante a realização do teste foi monitorada a atividade eletromiográfica do bíceps e tríceps braquial, bilateralmente.  

 

Resultados: 

A ETCC anódica não foi capaz de alterar positivamente e de forma significativa a atividade elétrica muscular nem o tempo de exercício.

 

Conclusão:

Para indivíduos com lesão medular sedentários e fisicamente ativos a ETCC não modulou a atividade elétrica muscular e nem melhorou a tolerância ao exercício.