MOBILIDADE ESPACIAL DE ESTUDANTES COM DEFICIÊNCIA NO NORDESTE BRASILEIRIO: UMA ANÁLISE ENTRE OS ANOS DE 2013 A 2017
Mobilidade espacial; Migração; Pessoas com deficiência; Educação
Nas últimas décadas, a questão da deficiência começou a ser debatida com mais frequência internacionalmente. Este fato ocorreu quando os deficientes começaram a se posicionar e buscar os seus direitos. Apesar dos avanços nas políticas internacionais e nacionais tentarem incluir os deficientes na sociedade, estes, muitas vezes, ficam impedidos de realizar um direito fundamental, que é o de estudar, por conta de alguma limitação ou obstáculo encontrado. Os estudos sobre mobilidade espacial dessas pessoas são muitos escassos, por esse motivo, não se conhece o comportamento migratório e a mobilidade pendular dessa parcela da população no Brasil. Os estudos que relacionam migração e deficiência estão mais voltados para a temática do mercado de trabalho, em contrapartida, são poucos os trabalhos que relacionam a migração, a deficiência e a mobilidade pendular sob o ponto de vista educacional. Neste sentido, esta pesquisa tem como escopo focar na mobilidade espacial dessas pessoas para fins educacionais. O objetivo principal desse estudo é analisar os fatores que influenciam a mobilidade espacial dos estudantes com necessidades especiais na região Nordeste. Como objetivos específicos, propomo-nos a traçar o perfil sociodemográfico dos estudantes com deficiência, verificar o comportamento da migração e da mobilidade pendular dessas pessoas, investigar se o tipo de deficiência associado à distância entre o local de residência e estudo seria um fator que inibiria a migração e a mobilidade pendular, bem como averiguar se a infraestrutura da escola, a formação do corpo docente, a disponibilidade AEE, transporte escolar e merenda se caracterizam como fatores de atração para pessoas com deficiência. Esta pesquisa se caracteriza como exploratória e adota uma abordagem qualitativa-quantitativa, tendo caráter bibliográfico e de ordem descritivo-interpretativista. Em relação ao viés metodológico, utilizamos como fonte de dados o Censo Escolar (2013 a 2017), visto que, a partir desta fonte, identificamos o perfil sociodemográfico das pessoas com deficiência, as características arquitetônicas das escolas e a formação dos docentes. A combinação de dados do aluno, do docente e da escola permitiram analisar a mobilidade espacial, a migração e a mobilidade pendular dos estudantes do Ensino Fundamental e Médio que realizaram alguma dessas mobilidades na região Nordeste. Espera-se que as análises destaquem que tanto a migração como os deslocamentos pendulares ocorrem em direção a grandes centros urbanos, e que a infraestrutura da escola e o corpo docente são fatores de atração.