A construção da persongaem trans nos quadrinhos de Laerte Coutinho: uma constelação imagética da sociedade e cultura
Arte sequencial; Laerte Coutinho; solidariedade iconográfica ; transgeneridade e produção de sentido
As histórias em quadrinhos no Brasil se legitimaram como espaço para a abordagem de temas políticos importantes a serem pensados pela sociedade. Em 2008, a quadrinista Laerte Coutinho passou a desenhar seu personagem Hugo como Muriel, abrindo espaço para importantes discussões sobre transgeneridade, identidade e o lugar que as pessoas trans ocupam em nosso país. Com o suporte das teorias dos quadrinhos enquanto sistema de Thierry Groensteen (2015), sob a luz do materialismo histórico de Benjamin (2012) e dos mapas noturnos de Martín-Barbero (2004), esse trabalho propõe o desenho de uma constelação de quadrinhos criados pela quadrinista Laerte Coutinho ao longo de mais de 30 anos, potencializado pelos mil platôs de Deleuze e Guattari (1995) que se refletem nas ideias de dissidência de gênero exploradas por Preciado (2020), com o objetivo de entender de que forma os quadrinhos expostos construíram a personagem trans no contexto de um meio de comunicação de massa.