Mar, Mangue e Mata: a paisagem como subsídio identitário no cinema paraibano
autodocumentação paisagística; cinema consciente; estilo; paisagem;
teoria dos/de cineastas.
O presente estudo investiga a relação entre a paisagem de Cabedelo, Paraíba, e as novas
narrativas cinematográficas que emergem na localidade, enquanto potência
transformadora dos estereótipos sobre o Nordeste brasileiro, tendo como elemento
fisiográfico a presença do mangue, da mata e do mar coadunados a sua urbanidade.
Assim, objetiva-se investigar os procedimentos estilísticos presentes nesse cinema e
avaliar os novos modos de representar a paisagem nordestina que abrange a cultura e a
identidade do seu próprio povo. Para tal, será adotada a metodologia da Entrevista
Qualitativa concebida por Bauer e Gaskell (2003) e da Análise Estilística desenvolvida
por David Bordwell (2020), atrelados a outros atores que juntos propiciam a
compreensão deste fenômeno desvelando as estratégias sensíveis e narrativas expostas
neste recente movimento do cinema cabedelense, tendo como recorte basilar os filmes
Coletivo de Multidão (2019); A República da Selva (2021); e O Passeio da Medusa
(2024) todos dirigidos pelo cineasta paraibano Manoel Fernandes Neto, mas não
limitado a eles pois há atravessamentos de cunho histórico, contemporâneo e geográfico
que alcançam outros realizadores e realizadoras que inevitavelmente permeiam o nosso
escrito. Os resultados esperados incluem a compreensão de como a paisagem natural e
urbana de Cabedelo, aliada à consciência da fisiografia e da identidade cultural,
influencia novas representações cinematográficas do Nordeste, por meio do que se
identificou como um cinema consciente contribuindo para o campo dos estudos da
mídia e suas práticas sociais, ampliando por meio da mídia cinema a possibilidade da
preservação ambiental do planeta.