Ressonâncias informais: pirataria digital a partir da vigilância e do direito simbólico à cultura
pirataria digital; direito simbólico à cultura; Telegram; informação.
A pirataria é uma prática secular que surge em contextos geográficos e históricos para caracterizar o saqueamento de embarcações marítimas e que percorre a história da humanidade, transformando-se e sobrevivendo ao processo criminalista que lhe é imposto. Na contemporaneidade, utiliza-se o termo para referir-se ao processo de cópia, distribuição e comercialização de produtos em centros comerciais. Com o avanço da informatização e do desenvolvimento de novas tecnologias durante a globalização, a prática se reconfigura e adentra o ambiente digital, manifestando-se de formas distintas e por diversos mecanismos, o que engloba maneiras únicas de expandir sua atuação e o consumo informal. Esta pesquisa tem a intenção de investigar a prática da pirataria digital no ciberespaço, focalizando a rede social digital Telegram, para observar como funcionam as operações da prática e como o consumo é mediado por ela, estabelecendo comunidades que efetivam a cidadania comunicativa e ampliam o acesso de sujeitos comunicantes às discussões sobre o direito à informação. Ademais, a pesquisa busca desenvolver a reconstrução da pirataria digital a partir da perspectiva do direito simbólico à cultura, que se desenvolve e modifica diante das relações e das trocas simbólicas criadas no ambiente digital e que introduz discussões que deslocam o debate sobre a ilegalidade do consumo pirata para outra perspectiva, reunindo forças dentro e fora da academia em áreas distintas para expandir a produção investigativa.