O elo microbiano como alimento alternativo para o zooplâncton em reservatórios dominados por cianobactérias
Macrozooplâncton; microzooplâncton; cianobactéria; semi-árido; herbivoria.
Os reservatórios do Rio Grande do Norte, mais conhecidos como açudes, têm importante papel sócio-econômico nessa região. Entretanto, apresentam constantes florações de cianobactérias durante o ano, o que representa um problema na qualidade da água desses açudes, devido a esses microrganismos serem potencialmente tóxicos e capazes de prejudicar a saúde humana e animal. Objetivando o controle biológico dessas florações por vias de cascata trófica, importantes pastadores, assim como copépodos calanoida, podem ser utilizados. Porém as cianobactérias são conhecidas por serem resistentes a predação e, portanto, se torna difícil a elaboração de propostas para biocontrole. Por outro lado, esses copépodos são normalmente encontrados em reservatórios eutróficos, juntamente com constantes florações de cianobactéria, e tal ocorrência representa um paradoxo quando se pensa na obtenção de recurso alimentar por parte do copépodo. A teoria da alça microbiana é capaz de explicar essa co-ocorrência, pois considera a onivoria do copépodo e direciona a sua dieta para fontes heterotróficas, como protozoários. Entretanto, trabalhos que testem a importância dessa via em reservatórios com florações de cianobactérias são poucos e estão em falta em regiões tropicais. Assim, esse trabalho objetiva testar interações entre protozoários (ciliados) e copépodos, tentando observar o tipo de resposta funcional dessa interação a partir de experimentos em laboratório. Dois experimentos foram realizados utilizando copépodos Notodiaptomus cearensis como predador e Paramecium sp. como presa, em diferentes concentrações. Os resultados indicam que o copépodo apresenta uma velocidade constante na filtração do ciliado, independente da concentração da presa no tratamento. Tal resposta pode ser atribuída ao comportamento de fuga do protozoário. Ainda assim, processos metodológicos podem ter suavisado a detecção do comportamento de predação, uma vez que as barras de erros se apresentaram muito grandes quando comparadas as suas respectivas médias. Dessa forma, a reformulação da metodologia deve ser realizada para melhor entendimento dos resultados.