Influência da atividade turística sobre a composição e a distribuição das macroalgas marinhas nos recifes de Pirangi (Rio Grande do Norte, Brasil).
Macroalgas - Diversidades - Recifes
A área recifal da praia de Pirangi tem sofrido ações antrópicas, principalmente aquelas relacionadas à exploração turística. Para avaliar esses efeitos, amostragens de macroalgas foram realizadas em nove estações, distribuídas em áreas distintas (presença e ausência de turistas), ao longo da franja recifal. A comunidade macrobentônica (algas/corais) foi identificada com uso do método do fotoquadrado, ao longo de transectos de 50 metros, distribuídos aleatoriamente e paralelos à linha de costa. As seguintes categorias gerais foram examinadas em cada transecto: rocha, areia, algas, corais e moluscos. Os dados obtidos no campo foram analisados através do software Coral Point Count with Excel extensions. Um total de 30 espécies de macroalgas e 5 espécies de corais e uma de molusco foi identificado. Nos locais onde a atividade turística era mais intensa, foi observada uma dominância de algas de pequeno porte, enquanto que nos locais sem interferência humana ocorria a predominância de algas foliosas. As macroalgas com maior cobertura percentual foram Sargassum vulgare (59%), Caulerpa racemosa (47%) e Dictyopteris delicatula (33%), em diferentes estações de coleta. A análise de agrupamento dos organismos bentônicos indicadores revelou um padrão na distribuição espacial com cinco faixas: (1) área totalmente submersa caracterizada por apresentar uma flora bastante diversificada; (2) área com predomínio de Caulerpa racemosa e presença de coral de fogo (Millepora alcicornis), (3) área com elevada cobertura de Sargassum vulgare, (4) área de pisoteio caracterizada por espaços vazios, algas de pequeno porte e Zoanthus sociatus e (5) área caracterizada pela presença marcante do coral Palythoa caribaeroum. De acordo com os dados obtidos, nós pudemos inferir que a área estudada vem sofrendo alterações resultantes da atividade turística e que as diferenças observadas na comunidade algal podem ser um indicador importante da saúde da área recifal de Pirangi.