PRIMATAS DA MATA ATLÂNTICA: MUDANÇAS CLIMÁTICAS, DISPONIBILIDADE DE HABITAT E REPRESENTAÇÃO EM UNIDADES DE CONSERVAÇÃO
Ameaças à biodiversidade; Mudança na distribuição; Áreas Protegida; Conservação; Limítrofes.
A redistribuição de espécies medida pelas mudanças climáticas põe em perigo a biodiversidade. Compreender os mecanismos que influenciam o rearranjo espacial das espécies é importante para estimar as consequências da nova configuração no funcionamento do ecossistema. Além disso, é ideal compreender como essa redistribuição espacial afetará a eficiência das unidades de conservação no futuro, uma vez que são elemento estáticos na paisagem ao contrário das condições do clima. Aqui, modelamos a adequabilidade climática atual e futura de primatas da Mata Atlântica brasileira visando: i) investigar como as mudanças climáticas influenciarão as distribuições de primatas da Mata Atlântica; ii) investigar as mudanças geográficas potenciais nas diferentes regiões limítrofes das distribuições de espécies de primatas da Mata Atlântica; e iii) avaliar os efeitos das mudanças climáticas sobre a representação de espécies de primatas da Mata Atlântica brasileira em unidades de conservação. Nossos resultados mostraram que as mudanças climáticas esperadas até 2100 podem: i) reduzir a área de distribuição climaticamente adequadas para as espécies de primata no bioma; ii) proporcionar contração do limite norte das distribuições das espécies, indicando que a distribuição das espécies deve se deslocar para o sul, mesmo que não ocorra deslocamento do limite ao sul; iii) reduzir a o nível de proteção das espécies em unidades de conservação no bioma, tornando o sistema nacional de unidades de conservação brasileiro mais ineficientes na proteção dos primata. Se medidas urgentes de mitigação das mudanças climáticas, e de regeneração florestal desse bioma, não forem levadas a sério, é muito provável que algumas espécies de primatas sejam extintas.