PGE/CB PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM ECOLOGIA CENTRO DE BIOCIÊNCIAS Teléfono/Ramal: (33) 4222-34/401 https://posgraduacao.ufrn.br/pge

Banca de DEFESA: LARA CUNHA LOPES

Uma banca de DEFESA de MESTRADO foi cadastrada pelo programa.
DISCENTE : LARA CUNHA LOPES
DATA : 30/08/2021
HORA: 14:00
LOCAL: Google meet
TÍTULO:

Encalhe de cetáceos, prospecções sísmicas e fatores ambientais no nordeste do Brasil


PALAVRAS-CHAVES:

Pesquisa Sísmica; Simulação de deriva; Simulação de leeway; Carcaças; Baleias; Golfinhos


PÁGINAS: 147
RESUMO:

Os cetáceos dependem do som para atividades vitais, sendo negativamente afetados pela poluição sonora, que causa desde alterações comportamentais à danos físicos. Encalhes em massa tem sido relacionados a sonares ativos, que parecem afetar principalmente espécies de mergulho profundo. Outra fonte preocupante de ruído são as prospecções sísmicas, que usam canhões de ar comprimido para gerar ondas sonoras impulsivas de alta intensidade. Contudo, o efeito causal das prospecções sísmicas sobre a mortalidade e encalhe dos cetáceos é controverso. Investigamos aqui a relação entre o encalhe de cetáceos e as operações sísmicas 3D no Nordeste equatorial do Brasil, levando em consideração variáveis oceanográficas. Para tanto, reunimos os encalhes registrados entre 2000 e 2019 nos estados do Ceará e Rio Grande do Norte e separamos as espécies em 5 grupos ecológicos de acordo com sua ocorrência, tamanho e padrão usual de mergulho. Então, caracterizamos a ocorrência espaço-temporal dos encalhes e selecionamos duas áreas onde o esforço de coleta foi mais consistente. Para estas duas áreas, analisamos se as prospecções sísmicas e condições de vento e onda afetaram a ocorrência e o número de encalhes de cada grupo ecológico. Também simulamos a deriva de cetáceos fictícios, considerando uma mortalidade constante dentro dos limites das operações sísmicas, e comparamos a distribuição espacial dessas simulações fictícias com os encalhes observados para o mesmo período. Nos 20 anos considerados, 351 encalhes foram registrados, incluindo 22 espécies e 5 famílias. As operações sísmicas recentes aumentaram em duração e extensão em relação a primeira década de análise, assim como aumentou o número de encalhes ao longo dos anos; tal aumento de encalhes pode refletir o maior esforço de monitoramento em resposta à condicionantes ambientais a partir de 2010. Observamos também um maior número de encalhes durante o verão, época em que há maior intensidade de turismo nas praias da região. De 65 encalhes que ocorreram até uma semana após alguma operação sísmica, 5 apresentaram sinais patológicos condizentes com a síndrome de embolia gasosa, que pode ser associada a efeitos de exposição a atividade de prospecção sísmica. A ocorrência de prospecções sísmicas causou o aumento de encalhes de espécies oceânicas que mergulham raso, independente da condição oceanográfica. O número encalhes de mergulhadores profundos e de todas as espécies agrupadas também foi afetado pela ocorrência de prospecções sísmicas, quando em condições de onda específicas. Além disso, 36% dos encalhes observados coincidiram com as simulações de deriva com origem em áreas de operação sísmica. Estas simulações indicaram que animais mortos em decorrência de exposição às prospecções sísmicas no Ceará poderiam encalhar em outros estados mais ao norte do Brasil, não sendo detectados pelos esforços de monitoramento de praias vigentes. Ainda, áreas de provável ocorrência de encalhes vindos passivamente das explorações sísmicas podem ir muito além da extensão dos programas de monitoramento de praia, exigidos pela agência reguladora de impacto ambiental. Assim, recomenda-se que simulações prévias sejam feitas como condicionante do licenciamento para determinar qual porção do litoral deve ser inspecionada através de projetos de monitoramento de praias. Os resultados revelaram que uma porção dos animais resgatados foram afetados pelas operações sísmicas, enquanto outra porção de animais afetados não seriam detectados na costa analisada por causa dos efeitos de deriva oceânica. Assim, o impacto visto neste estudo é provavelmente uma subestimativa do impacto real de operações sísmicas na mortalidade e encalhe cetáceos na região


MEMBROS DA BANCA:
Externa à Instituição - CAMILA DOMIT
Externo à Instituição - CRISTIANO LEITE PARENTE
Externa à Instituição - MARIA ISABEL CARVALHO GONÇALVES - UESC
Presidente - 1863735 - RENATA SANTORO DE SOUSA LIMA
Notícia cadastrada em: 27/08/2021 17:11
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