Complexidade estrutural e composição química das macroalgas como fatores estruturantes da fauna associada
Morfologia, Escolha de habitat, Escolha alimentar, Pistas químicas, Interação macroalga-herbívoro, Predação, Amphipoda
As macroalgas oferecem diversas funções para a fauna associada (proteção contra predadores e/ou condições abióticas estressantes, substrato, fonte alimentar e retenção de sedimentos). Diante desse contexto, esta tese foi estruturada em três capítulos com o objetivo de investigar como a complexidade estrutural de diferentes macroalgas pode influenciar aspectos ecológicos da fauna associada (riqueza, densidade, diversidade e composição) e qual o papel da complexidade e da composição química das macroalgas na escolha dos animais como refúgio e/ou alimento assim como a predação. No primeiro capítulo, a influência da complexidade estrutural das macroalgas foi analisada com base nos aspectos ecológicos da fauna associada a seis espécies de macroalgas. Os aspectos ecológicos foram avaliados considerando a área fractal (espaços entre as ramificações), o perímetro fractal (nível de contorno) e volume das macroalgas. Halimeda opuntia apresentou valores de riqueza e diversidade superiores. Dictyopteris delicatula apresentou a maior densidade. Em relação à composição faunística, H. opuntia e Gelidium coarctatum apresentaram as comunidades mais dissimilares. No segundo capítulo, foram conduzidos experimentos para avaliar as escolhas (alimentar, de habitat e pistas químicas) de anfípodas em relação a diferentes espécies de macroalgas. Gracilaria cervicornis foi a macroalga mais consumida entre as espécies ofertadas. Além disso, nos experimentos de pistas químicas (mímicos com e sem extratos algais), os anfípodas foram atraídos somente por aqueles que apresentavam extratos de G. cervicornis. Esses resultados indicam que provavelmente os anfípodas são atraídos por pistas químicas de G. cervicornis por servir primariamente como fonte alimentar. No terceiro capítulo, foram realizados experimentos a fim de determinar se a escolha de macroalgas pelos anfípodas é influenciada por predadores a partir de pistas químicas. Os anfípodas preferiram as pistas de D. delicatula em comparação às pistas de G. cervicornis e G. coactatum, porém alteraram a escolha para G. cervicornis quando pistas de predadores foram adicionadas às pistas de D. delicatula e mantiveram a preferência por G. cervicornis mesmo quando as pistas de predadores foram adicionadas em relação a G. coarctatum. Esses resultados demonstram que, embora apresentem preferência por determinadas macroalgas, os anfípodas podem adaptar seus comportamentos a partir das pistas químicas de predadores.