Paisagens Acústicas e uso de Monitoramento Acústico Passivo em estudos ecológicos em biomas brasileiros
Índices Acústicos;Paisagens Acústicas ;Floresta sazonal seca;Caatinga;Ecologia Acústica;Cerrado
O estudo de paisagens acústicas vem ganhando atenção da comunidade científica nos últimos anos, mostrando-se como uma importante ferramenta na avaliação tanto de saúde ambiental como dos efeitos de mudança no uso da terra e mudanças no clima em várias escalas temporais e espaciais. Em ambientes tropicais, a alta biodiversidade, associada ao conhecimento taxonômico mais restrito para muitos grupos (como insetos) e menor investimento financeiro em pesquisas, faz com que estudos de ecologia acústica sejam mais desafiadores que em outras regiões. Por serem também as áreas de maior importância para conservação, o uso de monitoramento acústico mostra-se ainda mais relevante na medida em que pode facilitar estudos de longo prazo a um custo mais baixo que tradicionais estudos ecológicos. Diante de um panorama de constantes inovações tecnológicas e métodos de análise de dados na área de ecologia acústica, essa tese teve como objetivo geral avaliar o uso do monitoramento acústico passivo em biomas brasileiros, fornecendo protocolos de análise e contribuindo com o avanço da ecologia acústica em áreas tropicais. A tese está dividida em três capítulos e um apêndice que inclui um texto de divulgação científica publicado na revista Ciência Hoje Crianças. No primeiro capítulo descrevemos padrões de utilização do espaço acústico em uma área de Caatinga, analisando variações sazonais e padrões diários da biofonia. No segundo capítulo, também em uma área de Caatinga, buscamos responder como um parque eólico modifica a paisagem acústica do seu entorno. No terceiro capítulo utilizamos dados de Caatinga, Cerrado e Mata Atlântica para responder como o esforço de amostragem de espécies de aves a partir de dados acústicos varia entre os biomas, relacionando-o a fatores como diversidade de espécies e raridade.