Sistema socioecológico costeiro: uma análise integrativa para a conservação da pesca no Brasil
ecologia humana, co-manejo, serviços ecossistêmicos, sobrepesca, abordagem baseada no ecossistema
Promover a conservação da pesca no Brasil é importante dada à extensa e densa rede hidrográfica e sua imensa costa, marcados pelo elevado grau de dependência desse serviço ecossistêmico pela sociedade. No entanto, sabe-se que a maioria dos estoques pesqueiros estão sobreexplotados ao redor do mundo, colocando em risco a sustentabilidade da pesca e dos meios de vida das comunidades humanas dependentes dos recursos pesqueiros. Nesse contexto, estratégias de manejo da pesca são importantes para a manutenção dos estoques e sustentabilidade dessas comunidades. Porém, estas estratégias, se mal planejadas, podem interferir na resiliência do sistema socioecológico e no fornecimento do serviço ecossistêmico. Neste trabalho foram investigadas relações socioeconômicas, políticas e ecológicas do sistema socioecológico marinho através de uma análise integrativa na costa do Brasil. Informações sobre a dinâmica pesqueira, aspectos socioeconômicos, variáveis geográficas e ecológicas da região foram coletadas em banco de dados científicos disponíveis na internet. Dados coletados através de questionários com pescadores também foram utilizados. No primeiro capítulo, foi analisada a situação atual de estoques pesqueiros de algumas espécies ameaçadas de extinção, bem como as possíveis alterações destes estoques e dos ganhos econômicos com a pesca em diferentes cenários de conservação. No segundo capítulo, um índice de vulnerabilidade foi criado para analisar a situação da região costeira, identificando aspectos importantes para a vulnerabilidade socioecológica dos estados costeiros. Finalmente, no terceiro capítulo, foram analisados o cumprimento das regras de manejo pelos pescadores e as consequências do não cumprimento das regras na sustentabilidade da pesca artesanal no Rio Grande do Norte. Os resultados finais desta tese poderão ser usados no zoneamento e seleção de áreas para ações de conservação, e na implantação de novas estratégias de manejo ou avaliação daquelas já existentes. Além disso, espera-se oferecer subsídios científicos para a manutenção da atividade pesqueira que vise tanto a proteção do recurso quanto a sustentabilidade das comunidades humanas dependentes da pesca no Brasil.