DO CENTRO POPULAR DE CULTURA AO GLOBO REPORTER: A CENTRALIDADE DO NORDESTE NA FORMACAO FILMICA DE EDUARDO COUTINHO (1962-1978)
Eduardo Coutinho; Formação Fílmica; Documentário-Reportagem; Nordeste; Sertão.
Esta dissertação investiga a centralidade do Nordeste, em especial do sertão nordestino, na produção fílmica do cineasta Eduardo de Oliveira Coutinho (1933-2014), centrando a análise no recorte temporal de sua atuação junto ao Centro Popular de Cultura e ao Globo Repórter (1962-1979). Em um primeiro momento, situo o cineasta nos espaços da arte engajada dos anos 1960 e no seu contato inicial com o Nordeste. No segundo e terceiro momento, dimensiono como o sertão nordestino se tornou uma espacialidade central para a sua formação e representação do outro sertanejo. Demarcando sua movimentação pela região, trabalho conceitualmente com as categorias de espaço e lugar, de Yi-Fu Tuan (2013); e com uma concepção social de sertão formulada por Candice Vital e Souza (2015). Metodologicamente, analiso as representações do sertão no longa ficcional Faustão (1970), a partir da narrativa clássica e da segmentação do filme propostas por David Borwell (2005, 2013); e do narrador formulado por Ismail Xavier (2019). Ao analisar os documentários-reportagens Seis dias de Ouricuri (1976), O pistoleiro de Serra Talhada (1977), Theodorico, o imperador do sertão (1978) e Exu, uma tragédia sertaneja (1979), mobilizo a categoria de voz e os modos expositivo, observativo e participativo propostos por Bill Nicholls (2005, 2016), buscando compreender as distintas vozes sertanejas que são acionadas por Eduardo Coutinho.