“NINGUEM VAI SAIR”: OCUPACOES, DESPEJOS E LUTA POR MORADIA EM FORTALEZA (1979-1987)
Lagamar; moradia; PROAFA; FBFF; movimento social.
A pesquisa tem por objetivo analisar como os moradores pobres de comunidades precarizadas se organizaram e reagiram contra a erradicação de seus locais de moradia, a partir das investidas dos administradores urbanos de Fortaleza que persistiam em (re)criar medidas para controlar o uso do espaço urbano pelas pessoas menos favorecidas da capital cearense, entre os anos de 1979 e 1987. Não intencionamos abordar todos os processos ocorridos durante este período proposto, mas sim perceber as estratégias utilizadas tanto pelas lideranças comunitárias quanto pelos governantes na luta pelo direito à cidade. Para tanto, problematizamos em que medida os movimentos sociais conseguiram reverter decisões políticas e judiciais de despejo e de remanejamento de moradores para conjuntos habitacionais e conquistaram melhorias nas condições de moradia dos mais pobres. Assim, usamos como fontes, notícias dos jornais O Povo e Diário do Nordeste, relatórios municipais sobre o Programa de Assistência às Favelas, atas da Federação de Bairros, entrevistas com moradoras do Lagamar, bem como dois dos principais representantes e organizadores da luta pela moradia, o Padre Manfredo de Araújo e o político Inácio Arruda. Utilizamos, ainda, uma consistente bibliografia sobre a temática. A partir do cruzamento e do confronto entre as fontes, este estudo apontou que a conquista de permanecerem em seus locais de moradia ocorriam devido à força dos mediadores e à falta de planos governamentais para as áreas disputadas.