Na tua cor tem luta: os espaços do narrar de Mário Pinto de Andrade (1928-1990)
Mário Pinto de Andrade. Colonialismo. Independência. Angola.
A proposta da tese é investigar uma nova visão sobre o colonialismo português em Angola a partir da perspectiva do intelectual Mário Pinto de Andrade e sobre os espaços pelos quais circulou em vida. Meu objetivo é abordar o tema na contramão da visão dominante, comprometida em apresentar o processo de descolonização que parte da trajetória do escritor, político e ensaísta Mário Pinto de Andrade. Esta tese inicia a partir das primeiras vivências coloniais de Mário Pinto de Andrade(1928) até sua morte em 1990. Durante esse período Angola viveu as facetas do colonialismo português. A cidade de Luanda se apresenta como um espaço em que se concentrava populações mestiças, negras e pelos brancos o que provocou um aumento da segregação racial e social. Nessa conjuntura, Mário Pinto de Andrade assume um lugar privilegiado por pertencer a uma das famílias tradicinonais de Luanda. Por esse motivo Mário Pinto de Andrade tem a oportunidade de estudar na metrópole portuguesa - Lisboa. E é em Portugal que os novos laços de amizade, os novos espaços de sociabilidades contribui para o seu crescimento intelectual e revolucionário. Mário Pinto de Andrade deixa Portugal e parte para Paris que passa a ser um espaço territorial cheio de significados. Sua participação na Présence Africaine representava uma nova forma de pertencer a um novo mundo que promova a ntreda do homem africano. Ao lado dos acontecimentos pessoais, do processo de desterritorialização afetiva de Angola, Mário Pinto de Andrade vive a onipresença e a dissidência do Movimento Popular para a Libertação de Angola (MPLA). Mário Pinto de Andrade vive os conflitos identitários no contexto da luta de libertação nacional, sendo elas, a luta pela independência de Angola e a Revolta da Ativa, em 1974. Ao passo, que se viu silenciado ou preferiu silenciar dentro do seu eterno exílio. Todo esse contexto histórico está inserido no Pós Segunda Guerra Mundial. A abordagem metodológica de leitura, análise e investigação dessas fontes dar-se-á por meio do método cartográfico, em particular, utilizando-se da abordagem de Suely Rolnick. Para melhor articulação desta pesquisa, será mantido diálogo com as proposições teóricas de Marcelo Bittencourt, Maria da Conceição Neto, Inocência Mata e Amanda Palomo Alves.