Capitanias do Norte; Guerras de Conquista; Guerras dos Palmares; Guerra dos Bárbaros.
A segunda metade do século XVII na América portuguesa foi marcada por uma conjuntura bélica que tinha como principal intento a efetiva conquista das porções mais interioranas das capitanias. Após a expulsão dos holandeses, em 1654, a pauta militar das principais instituições da governança voltou-se para as mobilizações bélicas em duas fronteiras: os mocambos da região dos Palmares, na capitania de Pernambuco; e os sertões das capitanias do Rio Grande, Paraíba e Ceará, onde os indígenas “bárbaros” eram um obstáculo ao avanço da colonização. Tais guerras de conquistas aconteceram praticamente de forma simultânea, com dispêndio de tropas e recursos para ambas as frentes de conquista. Não era incomum que sujeitos atuassem nas duas fronteiras, de forma alternada, objetivando alcançar seus interesses pessoais, agregando serviços à Coroa que poderiam ser convertidos em mercês régias. Esta tese tem por objetivo analisar o processo de consolidação da região colonial das Capitania do Norte do Estado do Brasil a partir das guerras de conquista dos sertões, a saber: as Guerras dos Palmares e a chamada “Guerra dos Bárbaros”. Tomar-se-á as ações de indivíduos e instituições diretamente ligados aos movimentos de conquista dos territórios como norteadores das análises, buscando compreender, principalmente, quais as suas motivações e intervenções nos processos de conquista, no intervalo que se estende de 1654 e 1718. Para tanto, foram consultados conjuntos documentais diversificados, tais como o Arquivo Histórico Ultramarino, a Coleção Documentos Históricos da Biblioteca Nacional e a Coleção Conde dos Arcos, que, por meio do método heurístico, foram cruzados com informações previamente conhecidas dos dois eventos estudados, de forma a expandir a compreensão existente sobre os pormenores das guerras de conquista.