O NORTE DA ÁFRICA NA GEOGRAFIA DE ESTRABÃO: A CONSTRUÇÃO DE PAISAGENS EGÍPCIAS, ETÍOPES E LÍBIAS NO IMPÉRIO ROMANO.
Egito; Etiópia; Líbia; África; Paisagem; Geografia; Estrabão.
Nesta pesquisa investigamos uma obra produzida no início do Império Romano intitulada Geografia de Estrabão (64 a.C. – 24 d.C.). Analisamos a construção espacial presente no décimo sétimo e último livro da obra do historiador e geógrafo grego da Ásia Menor, recorte em que os espaços que constituíam a terceira parte do orbe habitado e conhecido na Antiguidade, isto é, a África antiga, são descritos. Utilizando como fundamentação teórica as noções de paisagem e mundo-tempo de Timothy Ingold (2000; 2015) e a tradução de khora como território, identificamos as estratégias discursivas e os elementos caracterizadores dos territórios do Egito, Etiópia e Líbia que resultaram na construção de paisagens africanas. Para isso, realizamos a crítica histórica da Geografia de Estrabão e submetemos o livro XVII à análise categorial proposta a partir da análise de conteúdo de Laurence Bardin (2011). Portanto, desenvolvemos uma compreensão sobre como o autor-obra construiu discursivamente, a partir de sua perspectiva de mundo e da descrição geográfica dos territórios, uma série de paisagens egípcias, etíopes e líbias que estavam articuladas em uma concepção de mundo habitado, conhecido e integrado no contexto do Imperialismo Romano.