“A VISÃO JESUÍTICA SOBRE AS MULHERES TUPI E A CONSTRUÇÃO DE ESPAÇOS COLONIAIS ATRAVÉS DAS MISSÕES E COLÉGIOS NOS SÉCULOS XVI E XVII”
Visão, Companhia de Jesus, Mulher Tupi, Lugares de produção e Poder.
As crônicas jesuíticas por muito tempo foram uma das principais fontes de estudo do período colonial. No entanto, sua organização e regras influenciaram sua visão e descrição do Novo Mundo, pois, esses escritos serviam como meios de “propaganda” e controle de informações. As visões e conceitos da Companhia foram transportados e adaptados ao ambiente colonial, o que vai ser refletido em suas descrições sobre o espaço colonial e os nativos. As mulheres Tupi receberam uma visão diferente da atribuía ao homem nativo, pois elas estabeleciam uma forte influencia nas alianças e nos lugares de produção. E apesar dos irmãos de Ordem não permitirem mulheres em seu meio, como a maioria das Ordens Monásticas, os jesuítas utilizaram o trabalho feminino e sua influencia durante seu estabelecimento na colônia e depois de sua fixação construindo e constituindo espaços como as Missões e os Colégios, nos quais propagaram as regras e doutrinas da Instituição como também atribuíram funções aos nativos, em especial as mulheres que mesmo não tendo como adentrar na Ordem se configuraram como pregadoras e propagadoras das crenças trazidas e ensinadas pelos jesuítas, como também participantes dos lugares de produções por eles estabelecidos. Assim, o objetivo da minha pesquisa é analisar a visão jesuíta sobre o espaço colonial, sua visão sobre a mulher Tupi e sua relação com os lugares de trabalho entre os séculos XVI e XVII. E também analisar como os jesuítas contribuíram na construção e na formação física, cultural e social dos espaços coloniais, as Missões e os Colégios, e como as mulheres Tupi foram inseridas nele. Em nossa pesquisa utilizaremos Foucault para compreendermos os espaços de dominação e poder dos jesuítas e Yi-Fu Tuan para analisarmos os conceitos de espaço e lugar.