Conjurar corpus, sentenciar delírios: uma visão elipsa sobre contornos cênicos não perspectivados a partir da branquitude
Artes Cênicas; Benzimento; Conjuração; Afromatizes; Saberes indígena; Cartografia-imaginativa; Fluxo neuromuscular.
“Conjurar corpus, sentenciar delírios: uma visão elipsa sobre contornos cênicos não perspectivados a partir da branquitude” reflete sobre contornos e noções axiais para as artes da cena como, por exemplo, tempo, espaço, corpo, memória e Arte. Partindo da observação que contemporaneamente artistas e pensadoras/es das/nas Artes, tal como, Denise Ferreira da Silva, vêm desenvolvendo trabalhos artísticos e filosóficos que abandonam completa ou parcialmente pontos de vistas eurocêntricos sobre as palavras citadas acima, essa pesquisa incorpora perspectivas epistêmicas afromatizadas e indígenas para formular a posição reflexiva desse texto dissertativo. A partir dessa revisão crítica, elabora-se uma posição po(ética) e política e enfatiza-se a importância de reativar o contorno conjuração. Para construir tais hipóteses foi elaborada uma revisitação crítica à obra do escritor Renato Cohen (2013) e ao seu esforço de escrever a performance como linguagem. Essa dissertação irá analisar as dramaturgias de Frantz Fanon (1925-1961) e, também irá se referenciar, das/com as produções de artistas e autoras/es contemporâneas/os não brancas/cos que contribuíram/contribuem para as Artes Cênicas e que tencionam os parâmetros linguísticos, semânticos coloniais. Ademais, os gestos que embasam centralmente essa pesquisa são as obras “Esfriamento” e “Refluxo”, ambas de minha autoria, realizadas em 2023, no trânsito entre Natal/RN e Recife/PE. As atitudes metodológicas utilizadas nessa dissertação são a “Cartografia-imaginativa” e o “Fluxo neuromuscular”, ambas em contínua elaboração postulam a não binariedade e não separação entre teórica e prática ou ética, estética, política e poética nos fazeres da vida e em seu cultivo. Sendo assim, anunciamos que o primeiro capítulo dessa dissertação acontece em formato de uma “cartografia- imaginativa” e enfatizamos que o “Fluxo neuromuscular” será refletido no segundo momento dessa dissertação como uma proposta ensaísta-performativa-conjurativa, a fim de investigar a possibilidade de apresentar um texto teórico que se propõe, taticamente e simultaneamente, como uma obra de Arte.