RELAÇÃO ENTRE SEXO E SINTOMAS MOTORES EM INDIVÍDUOS PORTADORES DE DOENÇA DE PARKINSON: UM ESTUDO TRANSVERSAL
Doença de Parkinson, Epidemiologia, Funcionalidade, Gênero.
Introdução: A Doença de Parkinson (DP) é uma patologia neurodegenerativa crônica, que comete preferencialmente o sexo masculino, e atinge com maior frequência pessoas idosas. Entre as características clínicas da doença estão o tremor, rigidez, bradicinesia e alteração postural, além de diminuição da mobilidade funcional, risco de quedas e distúrbios cognitivos. Existe a possibilidade de haver diferenças na apresentação desses sintomas entre homens e mulheres, devido a presença do hormônio estrogênio, que é um hormônio neuroprotetor, presente somente no sexo feminino. Objetivo: Analisar a influência do gênero sobre os sintomas motores em sujeitos com DP na cidade de Natal-RN. Metodologia A pesquisa consistiu de um desenho epidemiológico observacional, do tipo analítico, de caráter transversal. Os sujeitos foram recrutados em centros de saúde, ambulatórios, clínicas das instituições envolvidas e na comunidade em geral da cidade de Natal- RN. Foi analisado o perfil neurológico e socioeconômico dos sujeitos por meio de questionário sócio demográfico; o estágio de incapacidade dos sujeitos foi analisado através da Escala de Estadiamento de Hoenh e Yahr (HY); análise clínico-funcional avaliada pelo Unified Parkinson´s Disease Rate Scale (UPDRS); distúrbios relacionados a equilíbrio e marcha foram avaliados através do instrumento Balance Evaluation Systems Test (Mini BESTest ); mobilidade funcional e risco de quedas foram analizados através do o Timed “up and go” (TUG) e teste de sentar e levantar 5 vezes (ST-DP5X). O estudo foi aprovado pelo Comitê de Ética em Pesquisa da UFRN. Resultados: Encontrou-se uma população predominantemente masculina, com baixa escolaridade, e maior percentual de casados. Todos os sujeitos avaliados em ambos os grupos apresentaram homogeneidade na escala de HY, sendo observada incapacidade de leve à moderada da DP. Na análise bivariada entre os sexos houve diferença somente para o equilíbrio. Na análise ajustada, porém, não houve diferença entre os sexos considerando os sintomas motores. As variáveis moduladoras dos sintomas motores foram a idade, estágio da doença, cognição e atividade física. Conclusão: Os achados sugerem que o sexo não influencia os sintomas motores, pois ambos os grupos apresentaram sintomatologia motora semelhante nesse estudo. No entanto, os resultados mostraram a idade, estágio da doença, cognição e atividade física são capazes de modificar a apresentação da doença. Esses achados podem nortear a prática clínica do fisioterapeuta, dando subsídios para o planejamento do tratamento e metas a serem alcançadas. Sabendo quais sintomas estarão mais presentes em cada estágio, e idade, e que a cognição baixa também afeta a sintomatologia motora, ficará mais claro para o terapeuta quais exercícios enfatizar durante a terapia.