RELAÇÃO ENTRE FUNÇÃO SEXUAL, SINTOMATOLOGIA DEPRESSIVA E QUALIDADE DE VIDA EM MULHERES GRÁVIDAS
Gestante; Saúde Sexual; Qualidade de Vida; Depressão.
INTRODUÇÃO: A sexualidade humana é reconhecida como um dos pilares da qualidade de vida. Em mulheres, a função sexual é influenciada ao longo da vida por inúmeros fatores que podem levar ao aparecimento de alterações no ciclo da resposta sexual e, consequentemente, a qualidade de vida (QV). A gravidez constitui um período de alterações, deixando-as física e mentalmente vulneráveis, o que podem influenciar a função sexual e qualidade de vida durante a gestação. OBJETIVO: Investigar a relação entre função sexual, presença de sintomatologia depressiva e qualidade de vida, em mulheres grávidas. METODOLOGIA: Participaram deste estudo 207 gestantes atendidas no exame pré-natal da Maternidade Divinas Amor, Parnamirim/RN e pelas participantes do Curso para Gestantes do Departamento de Fisioterapia da UFRN (campus central). Aplicou-se, inicialmente, um questionário contendo questões sobre dados sociodemográficos, ginecológicos e obstétricos, bem como autoconhecimento corporal e sexual. A função sexual foi avaliada através do Índice de Função Sexual Feminino (FSFI). Para avaliar a qualidade de vida, utilizou-se o Índice de Qualidade de Vida de Ferrans & Powers para gestantes. A presença de sintomatologia depressiva foi verificada por meio da aplicação do Inventário de Depressão de Beck. Foi realizado o teste de Shapiro-Wilk para normalidade das variáveis, Teste de Mann-Whitney para a realização das comparações e Teste de Wilcoxon para comparar a frequência sexual mensal, antes e durante a gravidez. Regressão Linear Múltipla foi aplicada para verificar a relação entre função sexual, sintomatologia depressiva e qualidade de vida. Utilizou-se a Correlação de Spearman, para verificar correlação entre as variáveis. RESULTADOS: A função sexual e sintomatologia depressiva se relacionaram com a qualidade de vida (R2=0,30; p<0,001). A depressão apresentou uma moderada correlação negativa com a qualidade de vida (-0,53; p<0,001), enquanto a função sexual mostrou uma baixa correlação positiva com a qualidade de vida (+0,22; p=0,001). O planejamento da gravidez, a escolaridade e renda mostraram influenciar os escores de depressão. Em relação à função sexual, foi visto que, durante a gestação, houve uma diminuição da frequência sexual mensal do casal (Z=-10,56; p<0,001). Dentre os domínios sexuais, apenas a dor, mostrou diferença estatisticamente significativa, quando comparada, entre o segundo e terceiro trimestre (Z=-1,91; p<0,05). A qualidade de vida de gestantes com disfunção sexual foi estatisticamente significativa pior que as gestantes sem disfunção (Z=-2,87; p=0,004). Conclusão: A função sexual e a presença de sintomatologia depressiva estão relacionadas com a qualidade de vida de mulheres grávidas.