INTEGRAÇÃO DO TRANSCRIPTOMA, PROTEOMA E PERFIL METABÓLICO NA INVESTIGAÇÃO DA BIOSSÍNTESE DE ALCALOIDES DE Erythrina velutina Willd.
Transcriptoma de Erythrina velutina; Biossíntese de alcaloides benzilisoquinolina; Bioma Caatinga; Proteoma; Perfil metabólico direcionado.
As plantas pertencentes ao gênero Erythrina são fontes de alcaloides tetracíclicos do tipo benzilisoquinolínicos encontrados no nordeste brasileiro, no bioma da Caatinga e utilizadas na medicina popular, principalmente como depressor do sistema nervoso central (sedativo, calmante). Um dos fatores limitantes que muitos produtos naturais apresentam como medicamentos é seu baixo rendimento e difícil obtenção em quantidades suficientes para abastecer a indústria farmacêutica. Dessa forma, de acordo com estudos de fronteira na área é importante compreender aspectos da biossíntese de alcaloides através de ferramentas moleculares. Este trabalho tem como objetivo contribuir e complementar o estudo na área de biossíntese no que se refere aos alcaloides presentes nas folhas e sementes da espécie Erythrina velutina Willd através das tecnologias ômicas (transcriptoma, proteoma e metaboloma (perfil metabólico)) de forma a compreender a dinâmica de produção dessas moléculas com potencial bioativo e subsidiar futuros estudos biotecnológicos. Portanto, para a investigação realizamos o sequenciamento de novo pela primeira vez em uma espécie do gênero e em uma planta nativa do bioma Caatinga. A análise do proteoma e do perfil metabólico alvo foram realizados com uma estratégia de Cromatografia líquida acoplada a espectrometria de massas [LC-MS/MS]. Como resultado, identificamos 16 genes e 4 proteínas candidatos a compor a via biossintética dos alcaloides isoquinolínicos em sementes e folhas desta espécie. Além disso, anotamos a identidade de 29 alcaloides em ambos órgãos vegetais. Esses dados contribuem com conhecimento cientifico no delineamento de estratégias de intervenção biotecnológica para estudos futuros, a fim de melhorar a produção dessas moléculas bioativas na planta, além da valorização de uma planta da Caatinga do RN como fonte de alcaloides com potencial interesse farmacêutico.