REAÇÕES BIOMIMÉTICAS COM METALOPORFIRINAS DE METABÓLITOS SECUNDÁRIOS DAS FOLHAS DE PASSIFLORA EDULIS var. FLAVICARPA DEGENER
orientina. isoorientina. Mn(3MeOSalen)Cl. catalisador de Jacobsen.
A orientina e a isoorientina são flavonoides c-glicosídicos e marcadores da espécie vegetal Passiflora edulis var. flavicarpa e de outras espécies vegetais, as quais são reportadas na literatura por suas diversas propriedades farmacológicas. Entretanto, todas estas espécies possuem um problema comum a outros candidatos a medicamentos que é a escassez de estudos sobre o metabolismo e farmacocinética dos extratos e principalmente de seus marcadores que são essenciais para comprovar a segurança e eficácia destes candidatos a novos fármacos. Com o desenvolvimento do modelo biomimético com metaloporfirinas, reações de biotransformação são simuladas para caracterizar o metabolismo in vitro e fornecer diversos produtos, os quais podem ser posteriormente identificados como metabólitos e auxiliar na redução do número de animais necessários nesta fase do estudo. Assim, através das técnicas de cromatografia em coluna clássica e CLAE, isolou-se a orientina e a isoorientina a partir do extrato de P. edulis. Estes flavonoides foram submetidos às reações com os oxidantes m-CPBA e PhIO e catalisadas pelo catalisador de Jacobsen (Mn (Salen)), um catalisador eficiente e de fácil síntese e purificação, além do catalisador sintetizado Mn(3MeOSalen)Cl, derivado de Salen ainda inédito em reações biomiméticas o qual foi caracterizado com maior potencial de oxidação. A reação da isoorientina com m-CPBA na proporção 1:20:20 (catalisador:oxidante:flavonoide) apresentou um maior consumo do substrato para ambos os catalisadores enquanto que a reação da orientina com PhIO na proporção 1:10:10 apresentou um maior consumo do substrato também para ambos catalisadores. A melhor condição foi otimizada evidenciando que os isômeros orientina e isoorientina apresentam reatividade diferente. Além disso, os produtos de reação, 3 da orientina e 5 da isoorientina, foram caracterizados por LC-MS e LC-MS/MS. Esses produtos reacionais não foram encontrados na literatura, entretanto se destaca a formação de epóxidos que são altamente reativos e podem causar toxicidade. Desta forma, este estudo pode servir de base para a realização de posteriores estudos farmacológicos e toxicológicos que confirmem a presença destes compostos como metabólitos de fase I e assegurem a segurança na utilização de produtos vegetais que possuam a isoorientina e orientina como marcadores.