O SISTEMA DE ABASTECIMENTO DE ÁGUA DE NATAL: UMA ANÁLISE TERRITORIAL DOS RISCOS DE COLAPSO HÍDRICO
Geografia; Análise de Risco; Setores de abastecimento de água; Natal.
O abastecimento humano é uma das atividades essenciais para o desenvolvimento da sociedade, uma vez que, ações de cunho comercial, industrial, residencial, dentre outras, exigem o consumo de água em larga escala. Nos centros urbanos, onde a demanda de consumo tende a ser maior, há a necessidade de que os sistemas de abastecimento de água sejam tecnicamente bem estruturados, para que possam atender a população com eficácia e minimizar os riscos de colapso hídrico. Várias cidades brasileiras nos últimos anos passaram por situações de desabastecimento ou de colapso hídrico, como é caso de Natal, capital do estado do Rio Grande do Norte, que tem enfrentado uma série de problemas em seu sistema de abastecimento de água. Em 2017, por exemplo, a lagoa de Extremoz, um dos principais reservatórios que abastecem a cidade, chegou a ficar com apenas de 35, 67 % de sua capacidade total, em razão do longo período de estiagem que afetou boa parte do território do estado. A análise desse contexto levou em consideração dois conjuntos de categorias: as categorias de uso do território de Santos (1985; 1994); e as categorias de risco propostas por Thywissen (2006). Partindo dessa perspectiva, definiu-se como objetivo analisar a relação entre o uso do território e o risco de colapso hídrico do sistema de abastecimento de água de Natal. Para alcançar esse objetivo, uma série de procedimentos metodológicos foram adotados, tais como a articulação das categorias de uso do território e de análise de risco; a definição dos níveis de análise, variáveis de estudo e escalas de ponderação; o gerenciamento da base de dados numa perspectiva matricial (linhas x colunas); a formulação matemático-estatística do Índice de Risco de Colapso do Sistema de Abastecimento de Água (IRCSAA) de Natal; bem como a aplicação do Sistema de Informações Geográficas no contexto do IRCSAA, para geração dos mapas de risco. Dos 26 setores de abastecimento, 18 apresentaram risco médio de colapso hídrico; e 8, risco alto. A maioria dos setores que estão com alto risco de colapso estão no subsistema Norte (áreas de abrangência do reservatório R8; da Captação Redinha (P 45); da Captação Brasil Novo (P 31); da Captação Brasil Novo (P23); da Captação jardim Brasil; e da Captação Alvorada); enquanto que apenas 02 setores do subsistema Sul apresentaram alto risco de colapso (áreas dos reservatórios R9 e R13). Para redução desses riscos, torna-se necessário a implantação de planos de manejo integrados para os mananciais superficiais; expansão da rede de esgotamento sanitário; melhoria das estruturas técnicas; e criação de um plano de contingenciamento de risco.