PROBLEMAS SOCIOAMBIENTAIS NA REGIÃO METROPOLITANA DE NATAL A PARTIR DAS MUDANÇAS DE USO E COBERTURA DA TERRA ENTRE OS ANOS DE 1984 E 2018
LANDSAT, Geoprocessamento, deteção de mudanças, Unidade de Conservação, zona costeira
No Brasil, cerca de 60% da população vive em cidades costeiras, ocupando ecossistemas considerados de alta fragilidade ambiental onde têm ocorrido impactos ambientais decorrentes, sobretudo, das conversões das coberturas naturais em áreas de uso antrópico. No litoral oriental do Estado do Rio Grande do Norte (RN) se desenvolve a Região Metropolitana de Natal (RMN), a quarta maior região metropolitana do Nordeste do Brasil, que tem a maioria da expansão urbana estabelecida sobre campos de dunas, com redução da cobertura vegetal nas margens de estuários e lagoas. O objetivo deste trabalho é avaliar os problemas socioambientais ocorridos na RMN a partir da deteção de mudanças no uso e cobertura da terra entre os anos de 1984 e 2018 com base no uso de imagens da série LANDSAT e técnicas de Geoprocessamento. Para tal, foi realizado o mapemaneto do uso e cobertura da terra para a extensão de área da RMN para os anos de 1984,1992, 2000, 2010 e 2018, e integrada à análise de mudanças os dados censitários. Os resultados sobre o uso e cobertura da terra mostram que para o período de 34 anos analisados uma rápida conversão de áreas vegetadas em classes de atividades antrópicas, principalmente pastagens. Constatou-se também um processo intenso de urbanização nos municípios de Natal, Parnamirim, São Gonçalo do Amarante e Extremoz, além de confirmar que o crescimento urbano na RMN acontece sobre as áreas de campos de dunas e de modo desordenado. Quanto às Unidade de Conservação na RMN, as APA Piquiri-Una, Emaús e Bonfim-Guaraíra já se encontram com mais de 60% de suas margens convertidas em atividades antrópicas. Igualmente as margens de estuários, rios e lagoas estão com a cobertura vegetal de suas margens comprometidas pelo uso antrópico indiscriminado. Assim, a RMN apresenta metropolização intitucional, com a mancha urbana fragmentada e sem articulação entre os municípios componentes sobre as questões ambientais e de gestão e ordenamento do uso e cobertura da terra, com ausência de políticas públicas ambientais ou uma legislação mais específica e integrada que permitam novas medidas de preservação e conservação das UCs e de desenvolvimento sustentável desse território costeiro.