AFETIVIDADES EM ENQUADRAMENTOS: OS DISCURSOS DAS EXPERIÊNCIAS DE LUGARIDADE EM O SENHOR DOS ANÉIS: A SOCIEDADE DO ANEL
Geografia e Cinema; Lugar; Paisagem; O Senhor dos Anéis
Geografia e Arte dialogam desde o princípio da ciência geográfica, mas elas se avizinharam com mais vigor durante o processo de recuperação da abordagem cultural da Geografia. A dinâmica dessa renovação propiciou os geógrafos – sobretudo, os humanistas – a trabalhar com códigos simbólicos e modos de apresentação do mundo como a Literatura, a Fotografia, o Cinema etc. Assim, as obras cinematográficas, em especial, tem ganhado relevo nas análises geográficas. Não obstante os diversos entendimentos acerca do Cinema e, consequentemente, dos modos de analisá-lo, compreende-se que os filmes possuem um estatuto próprio, fugindo da concepção mimética que entende as obras cinematográficas como cópias da realidade. Atualmente, então, postula-se que o Cinema é um modo de apresentar o mundo e que, portanto, está trespassado de discursos espaciais. Além disso, o Cinema é um importante elemento nos estudos sobre percepção e experiências com e no espaço e suas decorrentes afetividades, conduzindo aos estudos sobre o lugar, sendo estes, por sua vez, realizados sob a égide da linguagem da paisagem. Partindo desses pressupostos, este trabalho analisa como o lugar, na sua concepção fenomenológica-existencial, se manifesta na obra fílmica O Senhor dos Anéis: A Sociedade do Anel (2001). Para tanto, discute-se sobre os entrelaces entre Geografia e Cinema, acerca do lugar e seus conceitos satélites bem como sobre a paisagem. Além do levantamento bibliográfico, este trabalho tem bases em um procedimento hermenêutico de análise de um acervo composto por imagens fílmicas e transcrições textuais de falas de personagens. Constatou-se no decorrer do trabalho que O Senhor dos Anéis: A Sociedade do Anel (2001), ao apresentar experiências de lugaridade em diversos ambientes, enuncia discursos geográficos de teor anti-modernista.