ANALISES DO DISCURSO PROIBICIONISTA DIVULGADO PELO JORNAL NORTE-RIO-GRANDENSE DIARIO DE NATAL ENTRE AS DECADAS DE 1960 E 1980.
Sertões nordestinos; Proibicionismo; Ditadura Militar; Diário de Natal.
Esta pesquisa tem como finalidade, analisar fontes históricas que remetem aos usos contemporâneos da maconha nos sertões nordestinos, através do jornal Diário de Natal – localizado no estado do Rio Grande do Norte durante o período da Ditadura Militar no Brasil. Os objetivos que pretendemos alcançar, são os de apontar as formas de controle institucionalizadas como forma de proibição e repressão aos usos da maconha durante o período da Ditadura Militar; destacar os processos de resistência dos sertanejos nordestinos diante da repressão ditatorial militar e a proibição dos usos contemporâneos da maconha; discutir o conceito de sertões contemporâneos para problematizar a temporalidade e a espacialidade em que estão inseridos; e, compreender qual a relação dos sertões nordestinos com a questão social, econômica, política, intelectual, entre outras, jurídica das drogas por meio dos discursos analisados nas fontes. Para a base teórica e metodológica, utilizaremos os estudos de Michel Foucault (2006) sobre o discurso e suas possibilidades de análises. Por fim, assegurando os sertões nordestinos como produtores de práticas sociais e culturais contemporâneas, utilizaremos das produções de Durval Muniz de Albuquerque Júnior (2014). Ao analisar o discurso proibicionista divulgado pelo Diário de Natal, o estudo revela as estratégias retóricas e argumentativas utilizadas para promover a proibição de determinadas substâncias e comportamentos, incluindo a identificação de padrões de linguagem, metáforas e narrativas que sustentavam o discurso proibicionista. A título de conclusão, os documentos analisados oferecem uma visão detalhada das ações repressivas e da construção discursiva relacionadas à maconha durante as décadas de 1960, 1970 e 1980, um período caracterizado pela Ditadura Militar e pelo contexto global de guerra às drogas. A legislação vigente, a censura e a moralidade pública moldaram a forma como a maconha era abordada e percebida pela mídia, refletindo uma visão restritiva e criminalizadora.