ANÁLISE BIOMECÂNICA, POR MEIO DE ELEMENTOS FINITOS, UTILIZANDO DIFERENTES MÉTODOS DE FIXAÇÃO EM DOIS TIPOS DE OSTEOTOMIAS SAGITAIS DO RAMO MANDIBULAR (OSRM)
Cirurgia Ortognática; Mandíbula; Análise de Elementos Finitos.
A cirurgia ortognática tem incorporado cada vez mais abordagens menos invasivas, com acessos intraorais reduzidos. No contexto das osteotomias mandibulares, a osteotomia sagital do ramo mandibular (OSRM) permanece como a técnica mais utilizada, para a qual são descritas diversas variações no desenho, na disposição de placas e dos parafusos. Assim, com a adoção de técnicas menos invasivas, tornou-se cada vez mais comum o uso de uma única placa para estabilizar os segmentos ósseos. Dessa forma, necessita-se construir evidências cientificas do comportamento mecânico desses novos dispositivos de osteossíntese criados especificamente para esse tipo de abordagem. O objetivo do estudo foi avaliar o comportamento biomecânico da placa MIOS em relação a diferentes sistemas de fixação aplicados em desenhos de osteotomia convencional e curta. Para isso, realizou-se um estudo computacional in silico de modelos finitos onde modelos tridimensionais de mandíbula foram submetidos a simulações de OSRM com avanços de 5 mm e 10 mm, testando-se diferentes configurações de placas do sistema 2.0 (reta, híbrida e MIOS) sob uma carga de 200 N para analisar as tensões de von Mises. Observou-se que com o aumento do avanço mandibular e nas osteotomias curtas, as tensões nos sistemas de fixação se elevam. A osteotomia convencional apresentou melhor desempenho biomecânico, e a adição de um parafuso bicortical foi fundamental para reduzir a sobrecarga mecânica em todas as configurações, enquanto a placa MIOS com a adição do parafuso bicortical foi a que apresentou melhores resultados. Portanto ficou demonstrado que os sistemas de fixação tiveram uma maior demanda de tensão em osteotimias sagitais curtas e com avanços de 10mm. A configuração com a placa MIOS associada a um parafuso bicortical apresentou o comportamento mecanicamente mais favorável, mostrando-se uma boa opção para osteotomias curtas, ao passo que o parafuso bicortical se mostrou um elemento essencial para garantir a estabilidade em cenários de maior exigência mecânica.