PERFIL IMUNO-HISTOQUÍMICO DE MARCADORES ASSOCIADOS À TRANSIÇÃO EPITELIAL-MESENQUIMAL EM LESÕES ODONTOGÊNICAS EPITELIAIS BENIGNAS
Cistos Odontogênicos; Tumores Odontogênicos; Imuno-histoquímica; Transição Epitelial-Mesenquimal
Os cistos e tumores odontogênicos apresentam uma alta porcentagem entre as lesões que acometem o complexo maxilomandibular e algumas delas podem exibir comportamento clínico-biológico mais agressivo. Na transição epitelial-mesenquimal (TEM), as células epiteliais perdem propriedades fenotípicas características de células epiteliais e adquirem propriedades características das células mesenquimais, incluindo maior motilidade e capacidade de invasão, através da regulação de fatores centrais de transcrição e suas vias associadas. Dessa forma, o presente trabalho buscou analisar e comparar a expressão imuno-histoquímica de proteínas envolvidas no processo de TEM (Zeb1, E-caderina, N-caderina e vimentina) em lesões odontogênicas epiteliais benignas. A amostra consistiu de 88 casos de lesões odontogênicas, das quais compreendem 28 casos de ameloblastoma (AB), 30 de ceratocisto odontogênico (CO) e 30 de cisto dentígero (CD). Todos os espécimes submetidos à técnica imuno-histoquímica foram avaliados por microscopia de luz, e submetidos à escolha aleatória de 5 (cinco) campos, os quais foram fotografados em um aumento de 40x. A avaliação da expressão de cada marcador, a partir da análise em seu compartimento celular específico, foi feita através da multiplicação dos escores associados à porcentagem de células imunorreativas pelos escores relacionados à intensidade da coloração, sendo este resultado definido como baixa expressão ou alta expressão, conforme metodologia utilizada. As associações foram feitas através do teste de Qui-quadrado e as correlações através do teste de correlação de Spearman. O nível de significância foi estabelecido em 5% (p < 0,05). Os resultados foram estatisticamente significativos nas variáveis epidemiológicas de região da lesão, aspecto radiográfico e tamanho da lesão. Por sua vez, a imuno-histoquímica evidenciou uma correlação positiva e moderada entre Zeb1 nuclear e E-caderina membranar, Zeb1 citoplasmática e E-caderina membranar , e entre E-caderina e vimentina citoplasmáticas nos casos de AB; uma correlação positiva moderada entre Zeb1 nuclear e vimentina citoplasmática, e entre Zeb1 e vimentina citoplasmáticas nos casos de cisto dentígero. Por conseguinte, foi possível concluir que Zeb1 pode não atuar diretamente nas vias responsáveis pelo desenvolvimento e crescimento dessas lesões estudadas, e E-caderina, N-caderina e vimentina podem fazer parte de um processo de TEM parcial que ocorreria nas lesões odontogênicas epiteliais benignas estudadas.