Avaliação de tratamentos conservadores na dor, ansiedade, depressão e qualidade de vida em pacientes com disfunção temporomandibular: ensaio clínico randomizado
Transtornos da Articulação Temporomandibular. Dor. Ansiedade. Depressão. Qualidade de Vida.
Introdução: a disfunção temporomandibular (DTM) é entendida como um conjunto de problemas clínicos que envolvem os músculos mastigatórios, a articulação temporomandibular (ATM) e estruturas associadas, possuindo diversas formas de tratamentos conservadores. Objetivo: avaliar a influência dostratamentos conservadores craniopuntura, laserpuntura, placa oclusal e aconselhamento na sintomatologia dolorosa, ansiedade, depressão e qualidade de vida em pacientes com DTM.Material e métodos: diagnosticados por meio do Critério de Diagnóstico em Pesquisa para DTM (RDC/TMD), sessenta e cinco (65) pacientes com DTM foram distribuídos em quatro grupos de tratamentos: laserpuntura (LA) (n=15), craniopuntura (CR) (n=15), placa oclusal (PO) (n=19) e aconselhamento (AC) (n=16). Assim, foram avaliados antes de iniciar a terapia, após um mês e três meses do tratamento por meio do RDC/TMD e quanto à ansiedade, depressão, qualidade de vida e dor, pelos questionários Escala Hospitalar de Ansiedade e Depressão (HADS), Inventário da Ansiedade de Beck (BAI), Inventário da Depressão de Beck (BDI), Questionário de Qualidade de Vida da Organização Mundial de Saúde (WHOQOL), Impacto da Saúde Bucal na Qualidade de Vida (OHIP) e Escala Visual Analógica (EVA). Os dados obtidos foram analisados pelo SPSS (Statistical Package for the Social Science) 22.0 com o teste de Friedman entre tempos e pós-teste de Wilcoxon, bem como o teste de Kruskal Wallis entre grupos com pósteste de Mann Whitney. Resultados:Observou-se que após um mês de terapia não houve diferença significativa entre os grupos quanto à ansiedade pelo HADS (p=0,524), quanto à depressão pelo BDI (p=0,204) e pelo HADS (p=0,713) e quanto à qualidade de via pelo WHOQOL-geral (p=0,689) e suas dimensões e pelo OHIP (p=0,745). Percebeu-se tambémque não houve diferença significativa entre os grupos tratados com três meses de terapia tanto pelo BAI (p=0,325) quanto pelo HADS (p=0,642) no que se refere à ansiedade, bem como pelo BDI (p=0,273) e pelo HADS (p=0,316) quanto aos aspectos depressivos e pelo WHOQOL-geral (p=0,396) e suas dimensões no que diz respeito à qualidade de vida. Todavia, após três meses de tratamento o grupo tratado com PO apresentou melhores parâmetros na qualidade de vida pelo OHIP (p=0,023), bem como menor taxa de dor pela EVA (p=0,014) em relação aos demais grupos.Conclusão: apesar de em alguns casos a PO ter apresentado melhores resultados em comparação com os demais grupos, de forma geralobservou-se que nenhum grupo de tratamento se sobressaiu em relação aos outros quanto aos parâmetros analisados após três meses de tratamento.