ESTUDO COMPARATIVO DE MÉTODOS DE ORIENTAÇÃO DA CABEÇA UTILIZANDO DIFERENTES SOFTWARES PARA O PLANEJAMENTO VIRTUAL DE CIRURGIAS ORTOGNÁTICAS
Cirurgia Ortognática; Simulação; Assimetria facial
INTRODUÇÃO O planejamento virtual 3D representa uma mudança de paradigma no tratamento das deformidades dentofaciais, porém, a melhor maneira de alcançar a Posição Neutra da Cabeça (PNC) ainda é controversa. Há uma carência de estudos comparativos entre os protocolos presentes, para avaliação do grau de precisão dos métodos. Este trabalho objetiva avaliar o grau de discrepância entre métodos de PNC em ambiente virtual, utilizando diferentes softwares MÉTODOS quatro pacientes com deformidades dentofaciais foram incluídos na análise. Cada paciente foi submetido a todos os seguintes protocolos de aquisição da PNC: O Método de Procrustes – Plano Sagital Primário (Grupo Piloto); O Método Charlote modificado; e O Método Fotográfico do Protocolo Universal. Tomografias computadorizadas cone-beam (TCCB) com registro de mordida em RC foram solicitadas e moldagens de ambas as arcadas dentárias foram realizadas para o escaneamento 3D. Em seguida, os crânio-compostos virtuais foram orientados em PNC nos softwares: (1) Anatomic Aligner (Houston Methodist Research Institute – HMRI – Texas, EUA); (2) Dolphin Imaging (Chatsworth, CA, EUA); (3) OrtogOnBlender (Blender Foundation, Amsterdã, NL). As discrepâncias foram avaliadas pela sobreposição dos modelos 3D craniofaciais pelos seus centróides, seguida de mensurações das diferenças lineares e angulares RESULTADOS Nos casos analisados neste estudo piloto, quando comparando os métodos de aquisição de PNC entre os métodos e o grupo piloto os valores angulares obtidos encontram-se dentro dos limites preconizados na literatura como sendo excelentes (diferenças angulares inferiores a 4°), sendo o maior desvio de orientação de 2,49°, considerando todos os crânio-compostos orientados. Porém, para ambos os métodos avaliados, os valores lineares obtidos não encontram-se dentro dos limites preconizados na literatura (diferenças angulares inferiores a 2mm) em alguns eixos de referência. Para o método de Charlotte modificado obtivemos valor acima do preconizado apenas no eixo Z-Ínferosuperior (2,31mm). Já para o método fotográfico do Protocolo Universal obtivemos valores acima do preconizado para os eixos Y-Ânteroposterior (2,51mm) e o eixo Z-Ínferosuperior (3,17mm) DISCUSSÃO Os autores consideram que quando realizado o preparo e orientação do crânio-composto em ambiente controlado e por profissionais especializados e capacitados na área cirúrgica, todas as técnicas para orientação da cabeça poderão ser úteis, precisas e válidas para o resultado desejado. Isso devido ao fato de todo esse preparo ser baseado na análise facial e dados clínicos coletados pelo cirurgião. Porém, algumas serão de mais fácil execução e outras ligeiramente mais precisas. Os autores também ressalvam que as diferenças lineares obtidas nos eixos X, Y e Z neste estudo está dentro do esperado, uma vez que os softwares de simulação virtual variam o posicionamento espacial entre eles, sendo mantidas a orientação da cabeça do paciente, sendo a orientação angular espacial o aspecto de maior importância neste método de avaliação de precisão CONCLUSÃO Os resultados finais deste estudo piloto serão de suma importância para proporcionar aos cirurgiões uma melhor avaliação sobre qual técnica seria mais adequada para o tratamento dos pacientes com deformidades dento faciais em seu centro, considerando sempre os seguintes aspectos que facilitam o dia-a-dia clínico do cirurgião: simplicidade de execução e menor gasto de tempo.