AVALIAÇÃO CLÍNICO-DEMOGRÁFICA DE PACIENTES COM DIABETES MELLITUS, HIPERTENSÃO ARTERIAL SISTÊMICA COM DIAGNÓSTICO DE ARDOR BUCAL SECUNDÁRIO: ESTUDO CASO-CONTROLE
Ardor bucal secundário. Caso-controle. Diabetes Mellitus. Hipertensão Arterial Sistêmica. Medicamentos
O Ardor Bucal Secundário (ABS) pode estar relacionado a diferentes doenças e condições que afetam a mucosa oral, ou representar uma manifestação oral de um quadro sistêmico apresentado pelo paciente, e deve ser incluído no diagnóstico diferencial da Síndrome do Ardor Bucal (SAB). O propósito deste estudo foi Investigar se existe associação entre a queixa de Ardor Bucal Secundário, DM tipo II e HAS, além do uso de medicações para tais condições. Caracterizou-se como estudo retrospectivo, caso-controle, constituído por 102 pacientes com ABS apresentando HAS ou DM tipo II, e grupo controle constituído por 102 pacientes pareados por idade e sexo, com HAS ou DM tipo II e sem queixa de ardor bucal. Na comparação entre os grupos, foram empregados os testes Qui-Quadrado de Pearson (χ2) e Exato de Fisher, além da obtenção da razão de chances (Odds ratio, OR) e seu respectivo intervalo de confiança (IC) de 95%. Foi aplicado, ainda, o modelo de regressão logística multivariada, para obtenção dos Odds ratio ajustados (ORa). Após análise multivariada, a gastrite foi identificada como fator de risco para ABS (ORa=2,50; IC 95% = 1,32–4,74; p=0,005). O uso de subclasses de anti-hipertensivos, tais como betabloqueadores (ORa = 0,36; IC 95% = 0,16-0,80; p=0,012), inibidores da enzima conversora de angiotensina (ORa = 0,19; IC 95% = 0,06-0,56; p=0,003) e bloqueadores dos receptores da angiotensina (ORa = 0,26; IC 95% = 0,14-0,49; p<0,001), revelou-se como fatores de proteção para o ABS.