EFICÁCIA DA IMPLANTOPLASTIA ADJUVANTE AO DEBRIDAMENTO MECÂNICO NO TRATAMENTO CIRÚRGICO DA PERI-IMPLANTITE
Peri-implantite; Terapêutica; Implantação Dentária.
A terapia cirúrgica tem sido apontada como a estratégia mais apropriada para o tratamento da peri-implantite, combinando conceitos da terapia não-cirúrgica com procedimentos ressectivos e/ou regenerativos. O estudo objetivou avaliar o efeito da adição da implantoplastia à técnica de debridamento mecânico cirúrgico utilizado no tratamento da peri-implantite. Trata-se de um ensaio clínico prospectivo, controlado, randomizado e duplo cego. 13 participantes com 33 implantes foram alocados aleatoriamente em dois grupos: acesso cirúrgico + debridamento mecânico (grupo controle-I) e acesso cirúrgico + debridamento mecânico + implantoplastia (grupo testeII). Os desfechos primários foram avaliados no baseline e aos 3 meses: Índice de Placa Visível -IPV, Índice de Sangramento Gengival -ISG, Profundidade de Sondagem -PS, Sangramento à Sondagem -SS e Faixa de Mucosa Ceratinizada -MC. Avaliouse a qualidade de vida pelo Oral Health Impact Profile -OHIP14 e também os marcadores de estresse oxidativo pelas amostras salivares. Os resultados apontaram que 69,2% eram mulheres, com idade média de 60,6 anos. Dos 32 implantes, 16 receberam a terapia I e 16 a terapia II. De todas as reabilitações, 53,8% foram totais e 30,8% foram parciais, sendo as demais unitárias. O teste de Mann-Whitney apontou que os valores de IPV e do ISG no grupo II foram maiores do que no grupo I aos 3 meses, mas não foram significativos (p=0,193; p=0,419). O SS foi maior no grupo I (50%) do que no grupo II (41,6%) aos 3 meses, porém, sem significância (p=0,759). Aos 3 meses, todos os parâmetros - exceto SS no grupo II - diminuíram de valor, sendo significativos para o IPV no grupo I (p=0,038), ISG nos grupos I e II (p=0,011 e p=0,015) e PS no grupo II (p=0,041). O ANOVA Split-Plot não mostrou interação entre tempo e tratamento. O OHIP14 mostrou que no baseline houve predomínio da “Dor física”, “Desconforto psicilógico” e “Incapacidade física”, enquanto que aos 3 meses houve melhora dos itens avaliados. A análise salivar mostrou que houve uma redução dos níveis de marcadores de estresse oxidativo após o tratamento, sendo significativo para o superóxido dismutase (Z=-2,701; p= 0,007). Conclusão: não há evidências suficientes de que a adição da implantoplastia melhore os parâmetros clínicos no tratamento cirúrgico da peri-implantite aos 3 meses, em relação ao debridamento mecânico realizado de forma isolada.