A APLICABILIDADE DA ERGONOMIA PARA ESTUDOS AMBIENTAIS: ESTUDO DE CASO NA ATIVIDADE JANGADEIRA EM PONTA NEGRA, NATAL-RN
Ergonomia, Meio Ambiente, pesca artesanal, jangadeiros
A pesca artesanal se viabiliza pelo trabalho manual do pescador, não utilizando aparelhagens que atinjam os mesmos níveis de produtividade pesqueira industrial e não causando impactos ambientais sobre os estoques pesqueiros com a mesma intensidade. A adoção de práticas de sustentabilidade nesse tipo de pesca vem sendo requisitada para o alcance de melhorias ambientais e socioeconômicas, visto que sua produção tem sofrido decréscimo com o passar dos anos e a sobrepesca tem levado à redução dos estoques, além disso, destacam-se as agressões ao meio ambiente, como a poluição. Dessa forma, esta pesquisa objetiva analisar a interferência dos aspectos ambientais na execução da atividade jangadeira realizada na Praia de Ponta Negra, Natal-RN, propondo ações e recomendações, a fim de contribuir para a sustentabilidade ambiental e melhorias na qualidade de vida destes pescadores. Para tanto, utilizou-se uma metodologia baseada na Análise Ergonômica do Trabalho (WISNER, 1987; GUÈRIN, 2001; VIDAL, 2008) que aplica técnicas observacionais e interacionais como protocolos de observação, registros fotográficos, vídeos, ação conversacional e escuta de verbalizações. Para conhecer a vulnerabilidade do meio no qual se desenvolve a atividade jangadeira e as interferências que este sofre, empregou-se o estudo dos aspectos/impactos ambientais, (SÀNCHEZ 2008). Como resultados, constataram-se a partir das observações sistemáticas e dos relatos dos jangadeiros, mudanças no mar, a busca por novos pesqueiros mais distantes da costa, redução da produção pesqueira, geração de resíduos e poluição do ambiente de trabalho, e a dificuldade no atracamento das jangadas, fatores decorrentes das pressões exercidas tanto pela sociedade, quanto pela atividade jangadeira, que denotam a necessidade da elaboração de propostas de recomendações e ações, através da gestão da atividade fomentando a discussão entre os jangadeiros e as instituições responsáveis, e capacitação por meio de oficinas de educação ambiental, visando transformações positivas na atividade jangadeira de Ponta Negra, bem como no meio ambiente no qual os jangadeiros estão inseridos, a fim de buscar a sustentabilidade da atividade, preservando suas características.