Trincas térmicas, Desgaste, Fresamento frontal, Metal duro.
Este trabalho apresenta os resultados, análises e conclusões de um estudo realizado com objetivo de minimizar o processo de formação e evolução de trincas de origem térmica em insertos de metal duro usados no fresamento frontal. O foco principal da pesquisa baseou-se na observação de que, por ser um processo de corte interrompido, o fresamento impõe um carregamento térmico cíclico à ferramenta de corte, conduzindo a freqüentes variações de tensões nas camadas superficial e sub-superficial de seu gume cortante. Tal característica leva à formação de trincas no substrato perpendiculares a aresta de corte, as quais auxiliam na aceleração do desgaste e no fim de vida da ferramenta. Muitos trabalhos foram publicados sobre o assunto enfatizando a ciclagem térmica imposta pelo processo de fresamento como a principal causa da formação das trincas térmicas. Neste caso, o fenômeno surge como conseqüência da diferença de temperatura sofrida pela ferramenta de corte a cada giro da fresa, normalmente definida pela diferença entre as temperaturas no gume cortante imediatamente ao final das fases ativa e inativa (fator DT). Assim, propôs-se neste trabalho uma técnica que visa amenizar esta ciclagem térmica característica, por aproximar o fresamento frontal de um processo quase contínuo do ponto de vista térmico. Neste caso, um jato de ar quente foi aplicado na fase inativa da fresa durante todo o processo de usinagem, com objetivo de minimizar o fator DT. Esta técnica foi aplicada usando três valores de temperatura do jato de ar, 100, 350 e 580 ºC na condição a seco e 580°C na condição com fluido de corte aplicado por névoa (MQL – mínima quantidade de lubrificante). Além disso, também foram realizados ensaios a temperatura ambiente.Ao final dos testes de fresamento, os insertos foram conduzidos a um microscópio eletrônico de varredura, onde a quantidade de trincas térmicas geradas em cada condição, o desgaste e demais avarias foram analisadas.