UTILIZAÇÃO DE PÓS DE BAMBU E DE REJEITOS DE LENTES OFTÁLMICAS NA OBTENÇÃO DE COMPÓSITOS POLIMÉRICOS
Compósitos Poliméricos, Pós de Resíduos de Lentes Oftálmicas e de Bambu, Reuso, Resina Poliéster, Caracterização.
O meio ambiente vem sofrendo com o uso indiscriminado dos recursos naturais e seus impactos ambientais. Os principais ataques à sustentabilidade ambiental são provocados pelos materiais sintéticos e seus rejeitos. Esse trabalho vem associar dois materiais que visam contribuir com essa problemática; um de origem natural, fibra natural do bambu da espécie Bambusa Vulgaris Schrad e um de descarte, rejeito de lentes oftálmicas, ambos sem aplicação definida, produzidos em grande quantidade e os rejeitos descartados de forma irregular em lixões. Foram produzidos pós de bambu e de rejeitos, nas granulometrias 2,07 mm e 1,14 mm respectivamente. Foram utilizadas as quantidades em peso de 10 e 15% de bambu, 15 e 40% de rejeito e uma composição híbrida com 5% de bambu e 20% de rejeito, para se obter os compósitos pretendidos. As placas de compósitos foram fabricadas pelo processo de moldagem molhada por compressão a frio em molde fechado. Na caracterização foram realizados os ensaios de tração, flexão, impacto tipo Charpy, microscopia eletrônica de varredura, absorção de água, densidade aparente, envelhecimento natural e térmicos. Uma microscopia eletrônica de varredura análise de MEV também foi operacionalizada para analisar o processo de fabricação e os mecanismos de falha após a tração. Ficou constatada a diminuição da resistência mecânica do compósito em comparação à matriz, concluindo-se que os pós de bambu e de rejeitos de lentes tiveram função de carga de enchimento nos compósitos produzidos. O resultado mais expressivo dos compósitos foi na resistência ao impacto, correspondente a 0,55 J/cm2 para RL 40% superior em 39,6% em relação à matriz de resina poliéster. Como aplicação prática foi fabricado um tampo de mesa e um de banco, utilizando-se os compósitos de maiores viabilidades econômica e ecológica, C4 e C2.