A artista visual Geovana Grunauer faz do corpo o sujeito de sua arte para propor uma reflexão sobre a condição da mulher na sociedade contemporânea. Aos 27 anos, ela estreia sua primeira exposição individual, “Corpos Cerceados”, na Margem Hub Galeria. A vernissage será realizada nesta sexta (22), às 19h, com ambientação sonora de Sanskâra Drone Ensemble (Alex Duarte), com participação de Filipe Ribeiro. A entrada é franca.

As 10 obras de Geovana exploram pintura, fotoperformance e sketchbook, oferecendo um olhar autêntico sobre a experiência de ser mulher, desafiando estereótipos e propondo questões profundas. Entre as obras está “Corte na linha tracejada”, uma crítica ao patriarcado por meio da equiparação entre mulher e boi, ambos os corpos colocados na condição de carne, destituídos de sua condição de indivíduos e de suas subjetividades.
Já a obra “Autorretrato em tempos de negligência e fragilidade física e mental”, é uma forma de compreensão e cura “de dentro pra fora”, onde o que “o corpo expurga é necessário para se renovar, e a dor é consequência”, segundo a artista.

De acordo com Geovana, as obras que compõem a mostra instigam o exercício de se colocar no lugar do outro. “A exposição é sobre o que nos afeta. Corpos destituídos de sua subjetividade. Corpos vistos como carne. É contra o que inibe, o que objetifica, inferioriza e fere”, comentou a artista.

Segundo o texto curatorial, os trabalhos de Geovana se destacam pelo “engajamento no diálogo entre arte e gênero”, “desconstruindo normais sociais e convidando à reflexão sobre poder, identidade e autonomia”, principalmente “diante de um mundo dominado pela lógica do mercado e por um sistema patriarcal”.

Serviço:
Exposição “Corpos Cerceados”, de Geovana Grunauer. Abertura sexta (22), às 18h, na Margem Galeria (Rua da Sheelita, 59, Lagoa Nova). Até 26 de abril.

Obs.: A artista Geovana Grunauer é egressa do curso de Artes Visuais.