Projet Pédagogique de Cours

    Os Referenciais Curriculares Nacionais dos cursos de Bacharelado e Licenciatura (MEC, 2010) estabelecem o seguinte perfil do egresso para o curso de Engenharia de Computação:

    O Engenheiro de Computação atua na área de sistemas computacionais, seus respectivos equipamentos, programas e interrelações. Em sua atividade, otimiza, planeja, projeta, especifica, adapta, instala, mantém e opera sistemas computacionais. Integra recursos físicos e lógicos necessários para o desenvolvimento de sistemas, equipamentos e dispositivos computacionais, tais como computadores, periféricos, equipamentos de rede, de telefonia celular, sistemas embarcados e equipamentos eletrônicos microprocessados e microcontrolados. Coordena e supervisiona equipes de trabalho; realiza pesquisa científica e tecnológica e estudos de viabilidade técnico-econômica; executa e fiscaliza obras e serviços técnicos; efetua vistorias, perícias e avaliações, emitindo laudos e pareceres. Em sua atuação, considera a ética, a segurança e os impactos sócio-ambientais.

O mesmo documento propõe uma descrição dos ambientes de atuação típicos dos egressos:

O Engenheiro de Computação atua em empresas do setor de tecnologia da informação; em indústria de computadores, periféricos e sistemas embarcados; em empresas de telecomunicação, de planejamento e desenvolvimento de equipamentos e sistemas computacionais; em empresas de automação de processos industriais e computacionais; em empresas e laboratórios de pesquisa científica e tecnológica. Também pode atuar de forma autônoma, em empresa pró- pria ou prestando consultoria.

       Portanto, a Engenharia de Computação aplica a ciência e a tecnologia da computação na solução de problemas de engenharia. Destina-se à formação de profissionais capazes de atuar principalmente em áreas em que existe uma forte integração entre software e hardware, como automação industrial, sistemas paralelos e distribuídos, arquitetura de computadores, sistemas embarcados, robótica, comunicação de dados e processamento digital de sinais. Em comparação com outros profissionais de Computação e Informática, o Engenheiro de Computação é mais direcionado a sistemas onde os computadores não são os únicos agentes que influenciam o meio. O tipo de informação principal dos demais profissionais de Computação e Informática são os dados, grandezas geradas, processadas e utilizadas por computadores. O Engenheiro de Computação raciocina também em termos de sinais, informações geradas externamente e/ou produzidas para atuar sobre o meio externo.

Para tanto, a formação em Engenharia de Computação deve propiciar aos seus alunos:

• uma boa formação básica nos fundamentos científicos relevantes das Ciências Exatas e Naturais (principalmente Física e Matemática) e nos conhecimentos tradicionais associados à formação básica em Engenharia e Computação;

• uma formação profissionalizante geral que envolve os conteúdos fundamentais da Computação e alguns aspectos da Eletrônica e Eletricidade; e

• uma formação profissionalizante específica nos aspectos ligados à arquitetura dos sistemas computacionais em relação aos seus componentes físicos, lógicos e às aplicações da Computação em vários problemas de Engenharia.

Perfil profissional do Engenheiro de Computação formado pela UFRN

        Levando em conta a formação geral em Engenharia de Computação e a ênfase em Automação Industrial, o perfil profissional do Engenheiro de Computação egresso da UFRN é o de um profissional apto a especificar, conceber, desenvolver, adaptar, produzir, industrializar, instalar e manter sistemas computacionais, bem como perfazer a integração dos recursos físicos e lógicos necessários ao atendimento das necessidades computacionais e de automação de organizações em geral.

O Engenheiro de Computação deverá ter, no âmbito da Computação, as competências e habilidades gerais estabelecidas nas Diretrizes Curriculares Nacionais dos Cursos de Graduação em Engenharia, a saber:

1. Aplicar conhecimentos matemáticos, científicos, tecnológicos e instrumentais à Engenharia;

2. Projetar e conduzir experimentos e interpretar resultados;

3. Conceber, projetar e analisar sistemas, produtos e processos;

4. Planejar, supervisionar, elaborar e coordenar projetos e serviços de Engenharia;

5. Identificar, formular e resolver problemas de Engenharia;

6. Desenvolver e/ou utilizar novas ferramentas e técnicas;

7. Supervisionar a operação e a manutenção de sistemas;

8. Avaliar criticamente a operação e a manutenção de sistemas;

9. Comunicar-se eficientemente nas formas escrita, oral e gráfica;

10. Atuar em equipes multidisciplinares;

11. Compreender e aplicar a ética e a responsabilidade profissionais;

12. Avaliar o impacto das atividades da Engenharia no contexto social e ambiental;

13. Avaliar a viabilidade econômica de projetos de Engenharia;

14. Assumir a postura de permanente busca de atualização profissional. Quanto às competências profissionais específicas, o Engenheiro de Computação a ser formado pela UFRN deve ser capaz de fornecer respostas às necessidades da Engenharia que podem ser atendidas com o auxílio de computadores, particularmente aquelas ligadas à Automação Industrial.

Entre estas necessidades, pode-se citar:

1. Concepção, desenvolvimento e manutenção de sistemas dedicados e embarcados de software e hardware;

2. Automação, controle e monitoração de sistemas de Engenharia em geral;

3. Desenvolvimento de sistemas distribuídos e sistemas inteligentes;

4. Desenvolvimento e integração de sistemas robóticos e outros sistemas embarcados autônomos.

5. Realização de cálculos matemáticos não-triviais obedecendo a restrições temporais;

6. Comunicação segura, rápida e confiável entre sistemas computacionais;

7. Comunicação homem-máquina;

8. Extração rápida de informação relevante a partir de grande volume de dados brutos;

9. Armazenamento e compressão de grandes volumes de informações dos mais variados tipos e formas e sua recuperação em tempo aceitável.

Para a obtenção dos objetivos da reforma e buscando-se garantir que o futuro Engenheiro de Computação possua as competências e habilidades que se espera desse profissional, estão sendo adotadas algumas linhas de ação, detalhadas a seguir. 

OFERTA DAS DISCIPLINAS

Pretende-se continuar com o mesmo procedimento de oferta de disciplinas que vem sendo adotado desde a reforma de 2000:

• Concentração em um turno - as disciplinas obrigatórias correspondentes a um mesmo nível do curso de Engenharia de Computação (ou as dos últimos períodos do BC&T para os alunos de Engenharia de Computação) serão oferecidas em um mesmo turno.

• Turnos alternados por níveis - a oferta de disciplinas das turmas dos níveis ímpares (5º perí- odo, 7º período, etc.) será concentrada em um turno (por exemplo, o vespertino) e das turmas dos níveis pares (6º período, 8º período, etc.) no outro turno (por exemplo, o matutino). Com isso, a ocupação do espaço físico nos setores de aula é melhorada e dá-se ao aluno reprovado a possibilidade de se nivelar no período seguinte, pois não há choque de horários entre as disciplinas obrigatórias de um nível e as dos níveis anterior ou seguinte.

 Oferta das disciplinas optativas

As disciplinas optativas serão oferecidas após consulta prévia aos alunos, de forma a tentar oferecer as disciplinas para as quais haja maior interesse e/ou necessidade. Essa consulta será realizada no semestre anterior ao oferecimento das referidas disciplinas. A proposta final de disciplinas optativas a serem oferecidas a cada semestre será elaborada pela Coordenação e levará em conta a disponibilidade de professores nos Departamentos. A oferta das disciplinas optativas será feita de forma a minimizar as coincidências de horários em um mesmo período. Para reduzir o uso dos recursos humanos envolvidos, a oferta será no máximo anualizada (uma turma por ano, sem repetir o mesmo componente curricular no período letivo seguinte), a depender da demanda de alunos e oferta de professores. O Colegiado do curso, a partir da análise das disciplinas optativas que são oferecidas com mais regularidade e que têm maior procura, poderá elaborar um calendário plurianual de oferecimento, a ser seguido pela Coordenação na elaboração da proposta de oferta de disciplinas a cada período letivo.

CARGA HORÁRIA MÁXIMA

Na reforma curricular de 2007 havia sido introduzida uma carga horária máxima (540h) por período letivo, com previsão de redução neste limite após um período transitório de adaptação. É chegado o momento desta redução, principalmente em razão da modificação estar sendo proposta para atingir apenas os novos alunos do modelo de formação em dois ciclos. Será adotado um novo limite de 480 horas como carga horária máxima por período letivo. Contudo, diferentemente do que está em vigor atualmente, não serão incluídas neste limite as cargas horá- rias das atividades complementares, dos estágios obrigatório e não-obrigatório e do trabalho de conclusão de curso, exceto caso alguma norma ou procedimento geral da UFRN assim o exija.

 

 INTEGRAÇÃO ENTRE GRADUAÇÃO E PÓS-GRADUAÇÃO

No DCA, a experiência de integração entre graduação e pós-graduação tem trazido bons resultados há bastante tempo, principalmente porque todos os professores ministram disciplinas e orientam alunos nos dois níveis de formação e praticamente todos os trabalhos de pesquisa e em colaboração com empresas contam com alunos de graduação e de pós-graduação.

No curso de Engenharia de Computação, pretende-se incentivar cada vez mais esta integração, através da manutenção de um mecanismo introduzido na reforma curricular de 2007, envolvendo o Programa de Pós-Graduação em Engenharia Elétrica e de Computação (PPgEEC) da UFRN. Os objetivos são permitir aos alunos de graduação a experiência de aprendizado dos conteúdos mais aprofundados ministrados nas disciplinas dos cursos de pós-graduação stricto sensu e reduzir o tempo de titulação daqueles que pretendem ingressar no mestrado após a conclusão do curso de graduação. Este mecanismo de integração poderá ser estendido a disciplinas cursadas em outros Programas de PósGraduação, mediante aprovação dos Colegiados do Programa e do curso.

O mecanismo permite que os alunos de bom desempenho acadêmico dos últimos períodos do curso de graduação possam cursar até 4 (quatro) disciplinas de pós-graduação com um limite de no máximo 2 (duas) por semestre. Os critérios específicos que os alunos devem obedecer para poderem participar serão definidos pelo Colegiado do curso, embora critérios adicionais e/ou mais restritivos possam ser fixados pelo Programa de Pós-Graduação para aceitar a participação do aluno.

No currículo de graduação, estas disciplinas de pós-graduação serão computadas como atividades integradores de formação que integram o conjunto dos componentes curriculares optativos e que contam como carga horária optativa: Estudos Avançados I, II, III e IV, cada uma com uma carga horá- ria de 90 horas. Para cada disciplina de pós-graduação em que o aluno for aprovado, a Coordenação integralizará ao seu currículo uma atividade de Estudos Avançados, com a condição de que a disciplina cursada seja oferecida para alunos de cursos de pós-graduação stricto sensu.

Apesar de a maioria das disciplinas de pós-graduação do PPgEEC e de outros programas da UFRN ser de 4 (quatro) créditos, o que corresponde a uma carga horária de aulas de 60 horas, as atividades de Estudos Avançados integralizam 90 horas para os alunos de graduação, tendo em vista a considerável atividade extra-classe que é normalmente associada às disciplinas de pós-graduação.

O elenco das disciplinas que podem ser cursadas pelos alunos de graduação e as exigências quanto ao desempenho acadêmico que os alunos devem ter para poderem usufruir desta possibilidade serão definidos livremente pelo Programa de Pós-Graduação. Atualmente, no PPgEEC, os alunos de graduação interessados em se beneficiar deste mecanismo deverão solicitar autorização ao Programa no período letivo anterior à primeira matrícula em disciplina. Caso aceitos, terão no PPgEEC um status similar no que couber ao de alunos especiais de pós-graduação e poderão se inscrever em disciplinas de acordo com as regras do Programa para este tipo de aluno.

 ORIENTAÇÃO ACADÊMICA

Pretende-se prosseguir com o modelo de orientação acadêmica adotado a partir da reforma curricular de 2007. A orientação acadêmica será exercida em conjunto pela Coordenação e por professores do Departamento de Engenharia de Computação e Automação (DCA), que é o departamento mais ligado ao curso. A idéia é indicar cada professor como orientador do conjunto de alunos que ingressaram em um mesmo semestre letivo. O professor permanecerá como orientador destes alunos até que concluam o curso. A cada semestre um novo professor assumirá a orientação dos alunos que ingressarem no curso naquele período. Os professores exercerão esta função em sistema de rodízio.

7.5. MIGRAÇÃO DE CURRÍCULOS

 Como esta reforma envolve a mudança do regime de formação em ciclo único para o modelo em dois ciclos, não será permitida a migração de alunos do currículo vigente (currículo 03A) para o currículo atualizado que está sendo introduzido com esta reforma curricular (currículo 04). Todos os novos alunos ingressantes no curso de Engenharia de Computação por qualquer forma de acesso deverão fazê-lo no currículo 04, não sendo possível o ingresso em currículos anteriores. Contudo, para alunos ingressantes por formas de ingresso especiais (transferência compulsória, reingresso de graduados, transferência voluntária, etc.), deverá ser estudada a conveniência de incluí-lo diretamente no curso de Engenharia de Computação ou no Bacharelado em Ciências e Tecnologia, de acordo com as disciplinas que já houver cursado.

 

A avaliação do PP compreende o acompanhamento e a gestão da execução do projeto. A avaliação será executada a partir das seguintes ações:

1. Reuniões anuais entre professores que lecionarão as disciplinas do curso em áreas afins, para discussão sobre as metodologias, ferramentas e linguagens de programação que serão utilizadas, de modo a formar um conjunto consistente, além de alterá-las quando necessário.

2. Reuniões anuais entre o Coordenador, o Vice-Coordenador, professores e representantes dos alunos para avaliar a eficácia do PP e detectar possíveis ajustes que sejam necessários.

3. Revisão geral deste PP após 5 (cinco) anos da sua implantação, sem prejuízo de ajustes pontuais que podem ser realizados a qualquer momento pelo Colegiado para correção de imperfeições detectadas.

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