EFEITO DO ANTIBIÓTICO AZITROMICINA NO CICLO DE DESENVOLVIMENTO DE Chrysomya megacephala (DIPTERA: CALLIPHORIDAE) E AVALIAÇÃO DE NOVA DIETA PARA MANUTENÇÃO DA ESPÉCIE EM LABORATÓRIO
Entomologia forense, azitromicina, entomofauna cadavérica, criação de dípteros, bionomia
Decorrente do cenário pandêmico perpassado em 2020, 2021 e, ainda em 2022, o antibiótico azitromicina foi utilizado como um dos itens presentes no “kit covid”, amplamente utilizado durante a pandemia de COVID-19. O presente trabalho possui como objetivos analisar os efeitos do antibiótico azitromicina no desenvolvimento de Chrysomya megacephala, além de avaliar e propor nova dieta para manutenção dessa espécie em laboratório. Metodologia: Para a realização do primeiro objetivo foram utilizados 200 ovos, para cada tratamento, mantidos em insetário e criados em recipientes plásticos contendo carne moída crua acrescida de azitromicina em três concentrações: D1(30μl), D2 (60μl) e D3 (120μl). O monitoramento foi realizado a cada seis horas, onde observou-se a inibição da emergência, duração de cada estágio/estádio e aferições de massa e tamanho. Para o segundo objetivo, foram comparadas 10 dietas: oito tipos de rações úmidas em sachês para pets, uma de carne moída bovina e uma dieta artificial que utiliza levedo de cerveja, leite em pó e farinha láctea. Em 120g de cada dieta foram acrescidos 100 ovos de C. megacephala e o monitoramento foi realizado a cada 12h, observando-se inibição da emergência, duração de cada fase e aferição de massa e tamanho. Também foram realizadas análises bromatológicas e organolépticas das dietas. Os ensaios foram realizados em triplicata. Resultados e discussão: Verificou-se que os indivíduos em contato com a azitromicina apresentaram maior massa e tamanho, sobretudo na fase larval. Em relação a inibição de emergência, nos tratamentos D2 e D3, apresentaram menores índices, com 7,56% e 27,73%, respectivamente. O grupo D1 registrou a maior taxa de inibição, com 64,71%. A duração do ciclo dos tratamentos com azitromicina apresentaram, no período larval, um adiantamento de 6h em relação ao controle, seguindo a mesma tendência no período de pupa. A emergência também foi observada 24h antes que o grupo controle, em todas as concentrações. Sobre as dietas avaliadas, os ensaios ainda estão sendo finalizados. As análises bromatológicas mostram que a dieta já utilizada possui cerca 7,14% de proteínas. Seguindo as mesmas análises, os dois sachês que apresentaram maior percentual de proteínas foram da marca whiskas, sabor cordeiro (9,56%) e frango (9,41%). A terceira, foi da marca GranPlus, sabor frango, para cães 9,30%). Conclusão: Observou-se que azitromicina ocasionou um desenvolvimento distinto do controle, tanto no ciclo larval, pupal e emergência e influenciou positivamente o ganho de massa e tamanho das larvas..