FREQUÊNCIA DE PARASITOS INTESTINAIS EM CRIANÇAS EM IDADE PRÉ-ESCOLAR DE UM CENTRO DE ENSINO INFANTIL DO MUNICÍPIO DE NATAL - RN.
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As enteroparasitoses são um grande problema de saúde pública por estarem presentes em todo mundo e por serem nocivas, podendo afetar o desenvolvimento físico e cognitivo de crianças em idade escolar. Partindo desse pressuposto, este estudo objetivou identificar a frequência de parasitos intestinais de crianças em idade pré-escolar de um Centro de Ensino Infantil do Município (CMEI) de Natal-RN e relacionar aos fatores socioambientais alí circunscritos. Para isso, foram avaliadas 66 crianças, devidamente autorizadas pelos pais ou responsáveis a participar da pesquisa, mediante assinatura de termo de consentimento livre e esclarecido. Foram coletados dados socioeconômicos, amostras biológicas de fezes e da região subungueal, bem como amostras de solo nos espaços do CMEI. As amostras foram processadas por quatro métodos de diagnóstico e os resultados foram destinados aos responsáveis. Atrelado a isso, realizou-se uma ação de educação em saúde com os professores do CMEI para avaliar seus conhecimentos prévios sobre as parasitoses intestinais e apresentar aquelas mais comuns, especialmente as que acometem o público infantil. A população estudada foi composta por 53% de indivíduos do sexo feminino e 47% do sexo masculino, com idades variando de um a seis anos. A maioria (65%) se auto referiu como branca, enquanto 35% como negra. Foram identificados parasitos em 49% das amostras biológicas, sendo 56% dos indivíduos monoparasitados e 44% poliparasitados. Os parasitos mais frequentes foram Ascaris lumbricoides (23%), Entamoeba coli (17%) e Ancilostomídeos (15%). Identificou-se a presença de ovos de Ancilostomídeos em uma única amostra de conteúdo subungueal. Não foram identificadas formas biológicas nas análises de solo. A frequência de parasitos foi relacionada a fatores como bairro, raça, renda e saneamento básico. Os indivíduos residentes da Zona Norte da cidade e com baixa renda, foram os que apresentaram maior frequência (58% e 55%, respectivamente). Os professores do CMEI conheciam, no máximo, três parasitos, mas não compreendiam seus ciclos biológicos, formas de transmissão e prevenção. Ao fim das atividades, passaram a conhecer entre seis e sete parasitos, em especial os mais incidentes em crianças. Pôde-se concluir que a frequência de parasitos em pré-escolares é um problema em Natal e que indivíduos em vulnerabilidade social são mais acometidos, especialmente os residentes na zona Norte, com baixa renda e sem saneamento básico. Por fim, que ações educativas em saúde realizadas com professores podem contribuir para o conhecimento de medidas preventivas e de no controle de parasitos intestinais.