Banca de QUALIFICAÇÃO: ADRIANA AMORIM DE FARIAS LEAL

Uma banca de QUALIFICAÇÃO de DOUTORADO foi cadastrada pelo programa.
DISCENTE : ADRIANA AMORIM DE FARIAS LEAL
DATA : 09/09/2022
HORA: 14:00
LOCAL: Remoto
TÍTULO:

PESQUISA NACIONAL DE SAÚDE 2019 E ACESSO A MEDICAMENTOS

PALAVRAS-CHAVES:

Acessibilidade a serviços de saúde; Acesso a Medicamentos Essenciais e tecnologias de saúde; Farmacoepidemiologia; Pesquisas de Saúde; Brasil

PÁGINAS: 72
RESUMO:

A Pesquisa Nacional de Saúde (PNS) 2019 é o inquérito populacional brasileiro mais recente com dados sobre a situação de saúde em nível nacional, especificamente sobre o acesso e utilização de serviços de saúde e, por conseguinte, acesso a medicamentos. O acesso a medicamentos é um tema amplamente estudado no contexto dos sistemas de saúde, bem como se configura hoje como um desafio global, uma vez que muitos países ainda apresentam baixos índices desse indicador. Nesse contexto, o objetivo dessa tese é analisar o acesso a medicamentos no Brasil e fatores associados, a partir dos dados da PNS 2019. Foi realizado um estudo transversal, com coleta de dados entre setembro de 2020 e fevereiro de 2021, nas planilhas dos microdados da PNS disponibilizadas no site do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). Para a amostra dos três artigos propostos nessa tese foi considerado o segundo estágio amostral da PNS 2019, no qual um dos moradores do domicílio selecionado, com 15 anos de idade ou mais, responde à segunda parte do questionário, que contém perguntas sobre todos os residentes no domicílio. Como desfecho foi estudado o acesso a medicamentos na população em geral, nas pessoas com doenças crônicas não transmissíveis e nos idosos, culminando na proposta de elaboração de três artigos científicos. O primeiro artigo já está concluído, em processo de submissão, e tem como principais resultados que as maiores chances de não acesso a medicamentos em nível individual foram observadas em pessoas com idade entre 40 e 59 anos (OR: 1,30; p<0,001), mulheres (OR: 1,18; p<0,001), pessoas com nível fundamental completo e ensino médio completo (OR: 1,26; p<0,040; OR: 1,24; p<0,028, respectivamente), com menor renda familiar (OR: 1,56; P<0,001), pessoas que realizaram atendimentos em serviços públicos (OR: 1,36; p<0,001), indivíduos com uma pior autoavaliação de saúde (OR: 1,36; p<0,001) e aqueles que procuraram o serviço de saúde para prevenção de doenças e promoção da saúde (OR: 1,35; p< 0,001). Portanto, os fatores associados ao acesso a medicamentos são idade, sexo, nível de instrução, renda familiar, natureza do atendimento, estado geral de saúde e motivo da procura pelo serviço de saúde. A partir desses dados iniciais analisado, observou-se que o acesso a medicamentos no Brasil tem associação com determinantes demográficos, sociais e econômicos, evidenciando a presença de iniquidades em saúde, tanto no acesso em serviços públicos quanto privados. Ainda, o acesso está relacionado à questões atitudinais do usuário, dependentes da utilização do serviço de saúde e do tipo de serviço utilizado, evidenciando a necessidade de atualização e valorização das políticas públicas sociais e de acesso a medicamentos.

MEMBROS DA BANCA:
Presidente - 1149540 - ANGELO GIUSEPPE RONCALLI DA COSTA OLIVEIRA
Interna - 2262871 - ANA ELZA OLIVEIRA DE MENDONCA
Interna - 2305247 - ISABELLE RIBEIRO BARBOSA MIRABAL