UM OLHAR SOBRE O PROCESSO DA REGULAMENTAÇÃO E FISCALIZAÇÃO SANITÁRIAS DAS COMUNIDADES TERAPÊUTICAS
Comunidades terapêuticas. Vigilância sanitária. Transtornos relacionados ao uso de substâncias.
As Comunidades Terapêuticas (CT) se apresentam como uma alternativa ao tratamento da dependência do uso de álcool e outras drogas. Com a inserção dessas instituições à Rede de Atenção Psicossocial (RAPS) e sua multiplicação por diversas regiões do país, restou ao Estado o papel de acompanhar esse vertiginoso crescimento e, principalmente, de regulamentar e fiscalizar esses serviços. Assim este estudo tem como objetivo analisar a infraestrutura organizacional e sanitária e o processo de regulamentação e fiscalização atinentes às CT. Trata-se de uma pesquisa descritiva e exploratória com uso de método misto envolvendo uma abordagem quantitativa e qualitativa. O público alvo foram 6 CT e 11 profissionais de Vigilância Sanitária (Visa) espalhados por diversas regiões do Estado do Rio Grande do Norte (RN). Para análise dos dados, foi utilizado na abordagem quantitativa o Statistical Package for the Social Sciences (SPSS), cuja descrição se deu a partir de frequência absoluta e percentual e das medidas do centro da distribuição. Já na qualitativa, a técnica utilizada para análise do conteúdo foi a “análise de avaliação”, a qual procura medir as atitudes impressas na fala do entrevistado levando em conta toda a linguagem utilizada. Os resultados mostram que a maioria das CT estão ligadas a grupos religiosos, cobram mensalidades regulares de seus residentes e têm dificuldades em cumprir os requisitos preconizados pela legislação sanitária vigente. Os serviços de Visa apresentam fragilidades quanto ao processo de regulamentação e fiscalização sanitária dessas instituições, o que consequentemente, corrobora para o perceptível distanciamento entre esses órgãos e as CT, fragilizando a construção de um diálogo contínuo.