DISPONIBILIDADE HÍDRICA ATUAL E FUTURA DAS REGIÕES HIDROGRÁFICAS DO RIO SÃO FRANCISCO E DO RIO PARANÁ
Teoria dos Valores Extremos, Índices de Extremos Climáticos, Gerenciamento Hídrico, Indicador Socioeconômico, Uso e Ocupação do Solo
A forte relação da água com as principais crises globais como na produção de alimentos, na geração de energia e na saúde enfatizam a sua relevância cada vez maior na ocorrência de déficits hídricos decorrentes do desequilíbrio da disponibilidade hídrica no mundo. No Brasil, as regiões hidrográficas determinam o gerenciamento hídrico em todo o território. Porém, vale destacar que as metodologias e soluções criadas para enfrentar tais estresses não são necessariamente iguais para qualquer região, haja vista que cada uma delas apresenta características distintas seja na economia, no âmbito sociocultural e na disponibilidade de água ofertada. Nesse contexto, a proposta de pesquisa tem por objetivo determinar as principais causas na ocorrência de déficits hídricos nas regiões hidrográficas do Rio São Francisco e Rio Paraná, uma vez que as diferentes perspectivas e implicações do gerenciamento hídrico indicam que a ocorrência de extremos climáticos não é o único fator responsável por tal problemática. Além disto, a complexa distribuição espacial das características socioeconômicas pode ser capaz de influenciar na magnitude dos impactos associados à ocorrência de extremos climáticos. Para tanto, pretende-se utilizar três conjuntos de dados, são eles: meteorológicos, hidrológicos e demográficos com séries temporais de 1980 a 2013. Os dados meteorológicos observados de precipitação serão obtidos junto ao Instituto Nacional de Meteorologia e à Agência Nacional de Águas. Os dados de vazão serão oriundos do banco de dados do Operador Nacional do Setor Elétrico. As informações a respeito de demografia serão obtidas a partir do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística. Na metodologia será empregada a estatística descritiva dos dados de precipitação e vazão, juntamente com a análise de agrupamento capaz de identificar sub-regiões homogêneas. Dessa forma, as sub-regiões serão inseridas na Teoria de Valores Extremos a fim de gerar a estimação dos períodos de retorno de eventos extremos de precipitação. Posteriormente, os dados de precipitação serão aplicados ao RClimDex a fim de gerar índices de extremos climáticos capazes de analisar possíveis tendências climáticas futuras associadas às sub-regiões homogêneas. Por fim, a sobreposição de informações demográficas possibilitará a análise do uso e ocupação do solo de áreas suscetíveis à ocorrência de déficits hídricos. A partir de então, pretende-se obter sub-regiões homogêneas de acordo com os dados de precipitação e vazão, estimativa do nível e o período de retorno de eventos de precipitação intensa nessas sub-regiões, definição das áreas de maior e menor vulnerabilidade física natural e antrópica, identificação de áreas suscetíveis à ocorrência de déficits hídricos e, por último, determinação dos principais fatores preponderantes à ocorrência destes.