PGE/CB PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM ECOLOGIA CENTRO DE BIOCIÊNCIAS Telefone/Ramal: (33) 4222-34/401 https://posgraduacao.ufrn.br/pge

Banca de QUALIFICAÇÃO: PRISCILA ALBUQUERQUE DE MOURA

Uma banca de QUALIFICAÇÃO de DOUTORADO foi cadastrada pelo programa.
DISCENTE : PRISCILA ALBUQUERQUE DE MOURA
DATA : 22/10/2021
HORA: 09:00
LOCAL: videoconferência online
TÍTULO:

MEMÓRIA ESPACIAL E APRENDIZADO EM BORBOLETAS NEOTROPICAIS


PALAVRAS-CHAVES:

Heliconius. Neuroecologia. Comportamento. Aprendizado social. Corpos pedunculados


PÁGINAS: 126
RESUMO:

Animais que encontram um alto grau de variação ao longo de suas vidas devem se beneficiar da habilidade de aprender e memorizar onde e quando encontrar alimento. Apesar de estar claro que o aprendizado e a memória têm um papel importante na navegação, na exploração do habitat e no reconhecimento de pontos de referência em diversas espécies de insetos, tais comportamentos e sua base neural são estudados sobremaneira em insetos sociais. Borboletas do gênero Heliconius (Heliconiinae, Nymphalidae) compreendem um sistema emergente para o estudo de aprendizado, memória e elaboração adaptativa cerebral. Muitas de suas características ecológicas e comportamentais (área de vida limitada, forrageamento linha-de-captura, formação de dormitórios gregários noturnos) sugerem que a memória espacial pode ser essencial para sua sobrevivência e reprodução, podendo estar ligada ao reconhecimento de estímulos visuais a longa distância, uma vez que o aprendizado de pontos de referência parece ter um papel central na navegação durante o forrageamento. Diante disso, a presente pesquisa de doutorado espera responder a questão central “Há evidência de memória espacial em Heliconius?”. Para tanto, no primeiro capítulo, evidenciamos a ocorrência de fidelidade de habitat e percepção espacial em duas espécies de Heliconius. Através de um experimento de marcação-soltura-recaptura, recapturamos todas as 214 borboletas em seus respectivos sítios de origem, evidenciando uma estabilidade extrema na área de vida dessas espécies. Ademais, em um experimento em que deslocamos 144 borboletas para uma matriz de habitat e medimos sua orientação de voo, encontramos que as borboletas recapturadas retornam aos seus sítios de origem, orientando-se rapidamente em direção aos mesmos. Logo, a fidelidade de habitat pode ser explicada não somente pela baixa dispersão de movimento, mas também como uma resposta à distribuição e estabilidade de recursos ecológicos. No segundo capítulo, observamos a ocorrência de aprendizado espacial, relacionado à presença de recursos alimentares, em experimentos em diferentes escalas espaciais (9m2 e 100m2). No terceiro capítulo, testamos se há evidência de aprendizado espacial associado à presença de pontos de referência. Em uma série de três experimentos com 169 borboletas, testamos se as mesmas aprendiam onde encontrar alimento em um experimento em que (1) a localização tanto da recompensa quanto do ponto de referência é fixa; (2) a localização de ambos muda ao longo do experimento, embora estejam associados um a outro; (3) a localização de ambos é fixa, porém em gaiola experimental com paredes cobertas para evitar a interferência de informações visuais externas à gaiola. Encontramos que as borboletas aprendem a localização do alimento quando o mesmo é previsível (fixo), independentemente do uso de pontos de referência, e que tal aprendizado parece ser auxiliado por pistas visuais externas. No quarto capítulo, testamos se há aprendizado social na exploração de recursos alimentares. Aqui, borboletas experimentais observaram borboletas demonstradoras em um experimento com flores de duas cores distintas. Em um grupo, as demonstradoras tinham preferência por uma das cores. No outro, as demonstradoras não tinham qualquer preferência. Encontramos que as borboletas experimentais de ambos os grupos aprenderam igualmente, o que, provavelmente, mostra que o aprendizado nesse grupo ocorre através da experiência individual e não através de pistas sociais de conspecíficos. Por fim, no quinto capítulo, temos investigado a influência da complexidade ambiental no desenvolvimento dos corpos pedunculados – estruturas cerebrais relacionadas à aprendizagem associativa e à atenção em insetos, bem desenvolvidas em Heliconius, e que podem ser a adaptação-chave cerebral para uma memória espacial guiada pela visão. Aqui, realizamos um experimento com 85 borboletas criadas em um ambiente de complexidade ambiental simples e complexa. Em um teste de aprendizado espacial, envidenciamos que borboletas criadas em um ambiente com maior complexidade têm maior facilidade em navegar em ambientes mais simples.


MEMBROS DA BANCA:
Externo ao Programa - 1476621 - DANIEL MARQUES DE ALMEIDA PESSOA
Presidente - 1451741 - MARCIO ZIKAN CARDOSO
Interna - 1914239 - MIRIAM PLAZA PINTO
Notícia cadastrada em: 08/10/2021 09:19
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